quarta-feira, 23 de março de 2011

EFÊMERO x ETERNO

“Respondeu Jesus: Se eu me glorifico a mim mesmo, a minha glória nada é; quem me glorifica é meu Pai, o qual vós dizeis que é vosso Deus.” (João 8:54 ARA)

Jesus tinha no que se gloriar, afinal Ele andava pelas ruas curando enfermos, fazendo cegos enxergarem e paralíticos andarem, levantou mortos e trouxe palavras de uma sabedoria ímpar. Por que motivo então Ele preferia dizer que glorificava ao Pai? Ele é o herdeiro de todas as coisas, que diferença fazia?

A diferença, meu querido leitor, é que a glória deste mundo é passageira, é efêmera, é transitória. Como uma nuvem que vem e logo se dissipa, como um vento que logo cessa. Nada deste mundo vale a pena e Jesus nos ensina isso de uma forma maravilhosa aqui. Alguns talvez pensem nas vidas, nas almas, nas pessoas, mas quero dizer que também penso nelas. Só que considero que elas também não são deste mundo, apenas passam por ele. Somos peregrinos em terra estranha, não pertencemos a este mundo como o ouro e a prata corrompidos desta realidade.

Já o eterno, aquilo que vai durar para sempre, não é deste mundo. Jesus não era deste mundo e sabia disso. Viveu aqui como homem mortal, tanto que morreu. Passou por aqui sujeito e tudo como nós, tanto que teve fome. Experimentou nossas dores e sofrimentos, tanto que chorou. Mas nem isso o contaminou e no momento oportuno, partiu de volta para sua origem, no Reino Celestial. Sabedor de que isso aconteceria, Ele viveu seus dias glorificando ao Pai Celestial, para por Ele ser glorificado em momento oportuno.
Meu querido leitor: se Jesus é o exemplo maior de sua vida, se a obra e dedicação Dele te inspiram, permita que este aspecto também te inspire e sirva de referência. Glorifique apenas ao Pai e espere confiadamente que, no tempo oportuno, Ele mesmo se encarregará de recompensá-lo. Isso é acumular tesouros no céu. Isso é servir ao Senhor sem pretender recompensa.

“Pai, muda meu coração para que cada vez mais eu trabalhe e me dedique a Te glorificar, não a mim. Ensina-me a valorizar o eterno.” Mário Fernandez

segunda-feira, 21 de março de 2011

LIGADO

“Respondeu Jesus: Se eu me glorifico a mim mesmo, a minha glória nada é; quem me glorifica é meu Pai, o qual vós dizeis que é vosso Deus.” (João 8:54 ARA)

Misericórdia. Eu queria ter esta atitude como o Mestre teve. Ao ser reconhecido como alguma coisa importante, apontou a glória para o Pai. Meu coração se inclina a ficar ‘alegrinho’ com qualquer elogio ou palavra mais motivadora. Não deveria ser assim.

A verdade é que todos nós gostamos de ser reconhecidos, o que não é necessariamente mau, desde que não seja doentio. Ouvi um pregador dizendo uma vez “Uau! Eu sou o cara”. Sem comentários. Jesus de Nazaré, humilhado diante do povo e dos principais da época, fossem grandes ou pequenos, ricos ou pobres, só foi exaltado mais tarde, após sua morte. Foi somente com a ressurreição que Jesus foi exaltado diante daquele mesmo povo, daqueles mesmos poderosos, anjos e querubins, principados e potestades. Meu Deus, a maioria de nós quer ser exaltado agora mesmo…

O segredo? Este texto me ajudou a ver que Jesus estava sempre tão ligado ao Pai, literalmente dependente Dele até para ser exaltado, que funcionava. E nós? Dizemos que a Bíblia é nossa fonte de fé e prática, mas nos escusamos de levar alguns textos à cabo. Assim como agradecemos sem lembrar do Senhor quando somos elogiados ou exaltados. Não recusamos os manjares deste mundo. Muitos de nós vivem assim suas vidas e não compreendem por que outros tão mais “simples” são mais íntimos de Deus e o Senhor opera em suas vidas.

Nem me parece que seja questão apenas de humildade, mas sim de real dependência. Se disserem que tem talento, diga “para glória de Deus”. Se te elogiarem, diga “graças a Deus”. Se encherem muito sua bola diga “aleluia” e sussurre “misericórdia”. Pergunte ao Senhor até onde almoçar quando tem opções. Estar ligado ao Pai é questão de decisão, mais do que qualquer outra coisa.

Se nem Jesus disse que estava ali para se glorificar, quem somos nós para querer alguma coisa. Nossa ligação com Ele deve nos levar para mais perto Dele e não do nosso ego.
“Pai, quero realmente entender e viver o que seja uma dependência total completa de Ti. Ajuda-me e fortalece-me.” Mário Fernandez

quarta-feira, 9 de março de 2011

O ENVENENANGELHO

Cansei de ser “evangélico”! Sei que está em moda dizer isto, mas não digo por causa da moda, como quem vai sendo manobrado como massa, mas sim por causa do nó na garganta mesmo, do aperto no peito e da triste constatação do imenso engano que cegou a igreja evangélica espalhada por todos os lados. Graças a Deus nunca fui “gospel”, mas ser “evangélico” não diz mais o que deveria dizer e não representa tudo o que Deus me chamou para ser Nele em amor e Graça e que está para muito além das portas das igrejas (com “i” minúsculo). Meu lugar, e o convite que recebi, é para ser do Reino e deste privilégio não abro mão.
O que digo certamente será combatido pelos “santos”, pelos “homens de ‘deus’”, por “pastores” e “gente da visão”. Serei chamado de “perturbador da fé”, “insubordinado”, “sem fé”, “sem aliança”, “sem cobertura”, dirão que estou causando escândalo ou coisas semelhantes a estas, mas assumo o que estou dizendo com a convicção de quem não vai pular do barco naufragando, mas que tem a vontade firme na rocha de ganhar a quantos conseguir, dentro e fora do barco, com minha pregação simples, sem arranjos, sem perverção e o mais sincera/verdadeira possível.
Estou enojado e farto de Atos (feiticeiramente) Proféticos, Teo-loteria da Prosperidade, declarações esquizofrênicas de autoridade, coberturas espirituais e recados dados por um “deus” que nunca cumpre o que promete e muda de idéia e direção como quem troca de sapato. Apóstolos, pastores e bispos que subiram no pináculo do templo e se fazem mediadores entre “deus” e os homens tentando fazer-se iguais a Deus, dizendo o que seu rebanho pode ou não pode fazer, julgando o servo alheio, sob a pena de não ordenar mais a bênção de “deus” aos seus discípulos através de sua autoridade. Campanhas de promoção barata e tentativas algemadas de lotar templos com gente que vem enganada e enganando-se, tentando frustradamente, de todos os jeito s, alcançar a inalcançável oração para a qual Deus não disse “amém”, mas que o “profeta” declarou que aconteceria. É gente que lê e ouve o Evangelho, mas leva pra casa e para o coração o envenenangelho.
Há lugar firme na rocha! Mas estes loucos teimam em construir suas casas/templos na areia. Negaram a cruz, afirmando não haver nela salvação suficiente, inventando quebras humanas de maldições hereditárias e uma santidade apenas moral/sexual/farisaica, sem ética e sem caráter, sem verdade de vida no Evangelho. Não crêem que a armadura de Deus, o capacete da salvação, o escudo da fé, a couraça da justiça, o cinturão da verdade e o calçado do evangelho da paz são equipamentos dados gratuitamente a todos os que crêem, até mesmo aos mais pequeninos na fé e não somente a uma “elite sacerdotal” detentora de uma “revelação nova”.
Denuncio estes lobos enganadores, raça de víboras, envenenadores do Evangelho que, não se contentando em mudar apenas uma vírgula ou til da revelação, perverteram todo o sentido da Palavra, ensinando doutrinas perversas que nada tem a ver com o Caminho/Boa Nova anunciada em Jesus, o Filho de Deus.
Não creio, de modo algum, em um “deus” que só age ou me livra do mau/mal se eu orar/verbalizar/declarar/profetizar meu pedido. Eu creio em um Deus que ouve minhas orações, sim! Todas elas. Muito antes delas me virem aos lábios. Ele me livra de vales da sombra da morte que eu nem imagino que se levantaram contra mim e vou andando em fé.
Meu Deus não se apresenta em “shows da fé”, não faz politicagem, não dá “jeitinho”, não me abençoa só porque sou fiel, mas em Graça e amor me reconciliou com Ele, sem merecimento algum, sem justiça própria, mas justificado mediante a fé Naquele que por mim se entregou mesmo sendo eu um pecador.
Os cantores de Deus não estão nos palcos das TVs, não lotam auditórios, nem ginásios, não são performáticos, mas estão cantando e louvando a Deus dentro das prisões, no silêncio do seu quarto louvando somente a Deus. Não buscam seu próprio interesse de vender mais CDs, não são idólatras de sua própria imagem.
É triste ver tantos amigos, colegas de ministério, gente querida e de Deus, mas que estão fascinados e tentados pela possibilidade de transformar as pedras em pães, de jogar-se do pináculo do templo e venderem suas almas ao principado deste século de sucesso, holofotes e aplausos. Minha oração é para que estes se arrependam e creiam no Evangelho. Abandonem o envenenangelho pregado por interesses pessoais, medidos em números e não na verdade de Deus produzida em amor. Por favor voltem ao Evangelho!
Há um lugar de liberdade e vida pacificada, plenificada, renovada todos os dias. Sem trocas, sem barganha, sem modificar ou acrescentar nada à Palavra revelada em Jesus, nem mesmo as novas interpretações e revelações exclusivíssimas que alguns falsos mestres e falsos apóstolos dizem ter recebido. O caminho antigo ainda é o Novo e Vivo Caminho em Deus. O Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo é nossa garantia irrevogável que (todas) as nossas maldições e dores foram levadas sobre Ele. Está dito! Está escrito! Quem ouvirá? Quem vai crer em nossa pregação?
O Deus que disse “arrependam-se e creiam no Evangelho” te abençoe rica, poderosa e sobrenaturalmente!  Pablo Massolar

terça-feira, 1 de março de 2011

O DOM DIVINO DA DADIVOSA DÁDIVA

O DOM DIVINO DA DADIVOSA DÁDIVA
Por: Glenio Fonseca Paranaguá 


"Tenho-vos mostrado em tudo que, trabalhando assim é mister socorrer os necessitados e recordas as palavras do próprio Senhor Jesus: Mais bem-aventurado é dar do que receber. Atos 20:35"
As primeiras atividades do ser humano foram cultivar e guardar o Jardim do Éden. Cultuar e cultivar são cognatos, isto é, têm a mesma origem. O culto e o cultivo precisam dos mesmos cuidados e apresentam resultados semelhantes: colheita, ceifa e coleta. “Não há substituto para o trabalho árduo”, nesta safra do sucesso com dignidade.
Ainda que o suor do rosto seja uma consequência do pecado, o trabalho é uma benção divina e, como disse Martinho Lutero, “o simples ordenhar de vacas pode ser feito para a glória de Deus”. O Criador dá comida a cada ave, mas não constrói os seus ninhos. A ordem é: se alguém não quer trabalhar, também não coma. 2 Tessalonicensess 3:10.
Charles Wagner foi perfeito ao dizer: “seria mais fácil contar as estrelas do que enumerar os esplendores do trabalho”. Alguém já disse, também, que o dicionário é o único lugar onde você encontrará sucesso antes de trabalho. Porém, o maior esplendor e o mais rico sucesso do trabalho é granjear para poder doar. Felizes são os colaboradores que cooperam de coração e dão com desprendimento.
As plantas dão frutos e os santos dão a vida e o produto dos seus ganhos com exultação. Ninguém traz coisa alguma quando chega ao planeta terra e ninguém leva nada quando sai dele. Ora, se a vida tiver outra dimensão, então “um ato generoso será sua própria recompensa”. Eu não preciso de galardões se houver profunda alegria na doação.
É do filósofo Francis Bacon: “dinheiro é como esterco: só é bom se for espalhado”. Um doutor em filosofia comentando este pensamento assegurou-me: “esterco amontoado fede; espalhado fertiliza. Se você quiser ver uma cultura viçosa e fértil, adube o seu campo; se quiser ter uma vida rica de significado, invista na redenção das pessoas”. Que aproveita ao homem ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma? Marcos 8:36.
Segundo a Bíblia, o valor de uma alma é maior que o Universo. Aplicar os recursos materiais na proposta que visa à salvação eterna de uma pessoa é o maior investimento que se pode fazer aqui na terra. Talvez seja neste sentido que Jesus tenha dito: Não acumuleis para vós outros tesouros sobre a terra, onde a traça e a ferrugem corroem e onde ladrões escavam e roubam; mas ajuntai para vós outros tesouros no céu, onde traça nem ferrugem corrói, e onde ladrões não escavam, nem roubam; porque, onde está o teu tesouro, aí estará também o teu coração. Mateus 6:19-21.
A pergunta que não pode se calar é: como posso enviar um depósito do banco na terra para o banco do céu? Quem sabe não seja esta a resposta de Jesus! E eu vos recomendo: das riquezas de origem iníqua fazei amigos; para que, quando aquelas vos faltarem, esses amigos vos recebam nos tabernáculos eternos. Lucas 16:9.
Fazer amigos era o projeto final de Jesus. Já não vos chamo servos, porque o servo não sabe o que faz o seu senhor; mas tenho-vos chamado amigos, porque tudo quanto ouvi de meu Pai vos tenho dado a conhecer. João 15:15.
Além da evangelização dos pecadores, que é fundamental, há um empenho na aplicação das riquezas, no que diz respeito ao suporte para com os irmãos mais necessitados. No reino de Deus existe uma ênfase em cuidar dos pobres, de modo consciente.
O velho John Rockfeller disse certa feita, que: “o homem mais pobre que conheço é aquele que não tem nada mais do que dinheiro”. Ter riqueza e não saber distribuí-la é uma pobreza de alma sem limite. Ser rico sem afeto é ser afetado em sua ambição de ter. Ora, aquele que possuir recursos deste mundo, e vir a seu irmão padecer necessidade, e fechar-lhe o seu coração, como pode permanecer nele o amor de Deus? 1 João 3:17.
O pecado fez do ser humano um receptor por excelência. A sede principal de quase toda a humanidade é ganhar, receber, armazenar e usufruir sozinho, por isso, o trabalho tem apresentado uma faceta vil no sentido de só amealhar e aumentar os seus dividendos, solidificando o patrimônio do ambicioso que não quer compartilhar.
A bolsa egoísta e avarenta procura escancarar a sua boca ávida e, o seu fundo profundo parece nunca ter fim. Tudo indica que não há um basta para o desejo apaixonado de ter cada vez mais. Quem ama o dinheiro jamais dele se farta; e quem ama a abundância nunca se farta da renda; também isto é vaidade. Eclesiastes 5:10.
O problema desta ganância é o descontentamento íntimo. Um bolso cheio de dinheiro e um coração vazio de significado é a receita mais eficaz para se instalar um miserável. Por causa disso, “o cristão é chamado para tornar imateriais suas posses materiais”.
O apóstolo Paulo disse que: mais bem-aventurado é dar, do que receber. Por quê? O mar da Galiléia recebe, mas também dá. É um lago piscoso onde a vida fervilha. O mar Morto recebe apenas; consequentemente esse açude esbanja somente morte. O princípio é: Pois quem é que te faz sobressair? E que tens tu que não tenhas recebido? E, se o recebeste, por que te vanglorias, como se o não tiveras recebido? 1 Coríntios 4:7.
Primeiro se recebe, para em seguida, se dá. A dádiva é um dom de Deus a quem recebeu graciosamente com desprendimento. Ninguém chegou ao mundo tendo alguma coisa. Tudo lhe foi dado. Até mesmo as suas conquistas. Sem os dons naturais, a inteligência, a saúde, as oportunidades... Neste caso, de quem é a glória? Com isto, quem sabe que o receber é tão-somente uma bênção divina, acaba sabendo dar com generosidade.
Alguns fazem caridade de má vontade, enquanto outros só fazem por dever. Mas os bem-aventurados se doam e dão com alegria. Uma dádiva sacada a interesse é puro comércio. Há muitos que contribuem visando o troco embutido. São os agiotas da fé.
Muitos que contribuem, têm os olhos fixos apenas na colheita. Semeiam o grão pensando somente na grana que vão receber em troca do seu plantio. Ofertam esperando o transbordamento da medida em suas tulhas entulhadas de cobiça.
É verdade que Deus nunca fica devendo a ninguém, pois a lei da semeadura e da ceifa é generosa, mas, também, é verdade que este tipo de culto não cultiva a dádiva dadivosa com alegria e abnegação. Estes cultivadores, de fato, estão querendo saber é da safra no paiol. A questão aqui sempre fica por conta do produto final no celeiro.
Os avarentos não dão nada a ninguém, pois a sua receita é sempre receber e poupar ao máximo. Os negociantes esperam pelo lucro e aplicam cada centavo de acordo com os resultados. Porém, os bem-aventurados dão com júbilo, uma vez que a sua trajetória é um verdadeiro jubileu de aleluia. Eles são sábios no dizer de Jim Eliot, quando “abdicam daquilo que não podem manter com o objetivo de ganhar aquilo que não podem perder”.
A felicidade dos contribuintes bem-aventurados é a bem-aventurança de contribuir com liberalidade, generosidade e regozijo. Alguém disse que: “a maneira de dar vale mais do que o que se dá”. Cada um contribua segundo tiver proposto no coração, não com tristeza ou por necessidade; porque Deus ama a quem dá com alegria. 2 Coríntios 9:7.
Há três princípios básicos que nortearam a história da dadivosa dádiva na vida da Igreja. Primeiro: ganhe tudo o que você puder, honestamente. Segundo: economize tudo o que você puder, abertamente. Terceiro: dê tudo o que você puder, generosamente.
Observemos alguns outros princípios que devem orientar a nossa atitude na maneira como contribuímos. Segundo Ambrósio: “é mais importante dar o que somos do que o que temos”. De acordo com George Muller: “Deus julga o que nós damos pelo que guardamos”. E conforme Peter Marshall: “contribui de acordo com tua renda, para que Deus não torne a tua renda segundo a tua contribuição”.
Alexandre Pope dizia com relação à contribuição à igreja: “dar não é propriamente um modo de levantar dinheiro; é a maneira de Deus levantar homens”. De fato, Deus não precisa de nada, muito menos de dinheiro. Ele criou o Universo sozinho. Nós, sim, é que precisamos ser libertos da ganância e da avareza.
Se a fé de uma pessoa não afeta a sua bolsa, então a sua fé é uma balsa furada e ela vai afundar em meio a sua navegação. Mas, à proporção que a bolsa vai se esvaziando, o coração, concomitantemente, vai se enchendo de contentamento, por ser parceiro no investimento que promove a redenção dos pecadores, que Deus ama apaixonadamente.
Há um adágio irlandês que diz: “três coisas não podem ser ensinadas: generosidade, poesia e uma voz sonora”. O velho Adão não é generoso, é apenas “conveniente”. A verdadeira generosidade é um dom da graça ao novo homem em Cristo. Se formos novas criaturas, seremos generosos na semeadura e liberais na colheita. Note apenas este axioma bíblico. Porventura, fitarás os olhos naquilo que não é nada? Pois, certamente, a riqueza fará para si asas, como a águia que voa pelos céus. Provérbios 23:5.
Mais algumas observações pertinentes ao assunto, levantadas por um internauta inquiridor. Onde devo contribuir? – Onde você está recebendo a comida espiritual. Você deve ofertar na cocheira que o nutre espiritualmente. Mas aquele que está sendo instruído na palavra faça participante de todas as coisas boas àquele que o instrui. Gálatas 6:6.
Mas eu não sou membro desta comunidade onde estou sendo alimentado. Eu devo contribuir com ela? – Só há uma Igreja na terra. A Igreja de Jesus Cristo. Você deve compartilhar os bens materiais com quem lhe compartilha os bens espirituais.
E se houver um ministério mais necessitado? Eu posso contribuir ali? – Imagine um proprietário de dois restaurantes; um bem frequentado e lucrativo, o outro, deficitário. Eu como sempre no primeiro, mas quero pagar no segundo. Agora, pergunto eu: está certo? É correto pagar a conta e dar a gorjeta ao garçom do restaurante onde não tomei a refeição? Sua resposta foi um sonoro – não.
Como fazer com este carente e deficitário? – Esta é uma questão do proprietário. Vejamos como o apóstolo Paulo esclarece o auxilio que a igreja gentílica deveria à igreja da Judéia, nestes termos: Isto lhes pareceu bem, e mesmo lhes são devedores; porque, se os gentios têm sido participantes dos valores espirituais dos judeus, devem também servi-los com bens materiais. Romanos 15:27. Há uma cooperação na Casa de Abba.
Agora concluindo, anotemos este último item. O dom divino da generosidade é a manifestação da graça de Abba promovendo as dadivosas dádivas em seus filhos, para que sejam participantes no suprimento da sua própria Casa. Aquele que dá com alegre desprendimento é alguém liberto, que dá sem ostentação e fora dos holofotes. Concorda?