quarta-feira, 29 de junho de 2011

IMPOSSÍVEL

“Então o profeta Isaías clamou ao SENHOR; e fez voltar a sombra dez graus atrás, pelos graus que tinha declinado no relógio de sol de Acaz.” (II Reis 20:11)

Você e eu somos testado ao ler este texto. Esse evento é absolutamente impossível de ter acontecido literalmente e não temos como crer nisso a não ser por fé. Um relógio voltar para trás é tão impossível que não faz nem sentido. Mas eu creio.
Esse teste nos é proposto diariamente, quando encontramos situações que fogem à nossa compreensão. Tudo que não entendemos ou que nos parece que não tem explicação chamamos de impossível, mas tenho aprendido que isso é uma grande mentira.
Impossível não é o que não pode ser feito, mas é o que só Deus pode fazer. Para Deus o impossível e o possível são igualmente acessíveis. O que para nós está fora de alcance para Ele não está. Portanto meu querido leitor, nunca encare o impossível da forma como sempre fez. É um desafio novo.
Nossa salvação, nossa vida eterna, nossos dons e nosso relacionamento com Deus tem de ser baseados neste conceito. Quando algumas pessoas me procuram e estou orando, alguns acham que não estou fazendo nada. Na verdade estou fazendo tudo. Como alguém trancado em uma sala ou sentado em uma barraca sozinho pode mudar a realidade dos fatos? Como pode esperar resolver algum problema com esse tipo de atitude? É absurdo ficar lá chorando e falando sozinho enquanto tudo está complicado em volta, com gente doente e problemas para serem resolvidos. Isso é verdade, mas apenas da ótica da lógica. Da ótica do Reino de Deus, futilidade e inutilidade é fazer outra coisa.
Se eu não tiver fé não faz sentido tentar seguir ao Deus Eterno, pois Ele é invisível. Se para você o relógio não volta para trás nem que Deus mande, o Reino de Deus não faz sentido.
Ainda é tempo de olhar para seu coração e pedir misericórdia ao Pai para mudar de atitude. Sem fé é impossível agradar a Deus. Sem fé esse mundo é um lugar horrível de se viver.
“Deus querido, me fortalece para que eu tenha fé e creia no que minha mente não pode crer. Leva-me além do possível, pois Teu Reino não é limitado pela minha capacidade de compreensão.”
Mário Fernandez - www.ichtus.com.br

quarta-feira, 22 de junho de 2011

DESCONSTRUINDO O VELHO MODELO

Contudo, o povo ainda sacrificava nos altos, mas somente ao SENHOR, seu Deus. 2 Crônicas 33:17.
Manassés foi o pior rei de Judá e teve o reinado mais longo da história monárquica do Antigo Testamento; 55 anos de governança. Só por misericórdia. Era filho de Ezequias, um bom rei, que pediu a Deus que o curasse de uma enfermidade mortal. Foi atendido e viveu mais 15 anos. Depois de sua morte, Manassés aos 12 anos de idade começou a reinar; portanto, ele foi gerado após a cura de seu pai.
Talvez a morte de Ezequias antes fosse melhor. Deus atende muitas orações em razão de nossa insistência que acabam em situações complicadas. Seria mais adequado aceitarmos a vontade divina: “seja feita a tua vontade, Senhor”.
Se Manassés não tivesse nascido, muita coisa ruim não teria acontecido na história do povo judeu. Ele foi um dos pivôs da decadência que culminou no cativeiro babilônico.
A primeira parte do seu reinado, que não se tem a noção de quanto tempo durou, foi uma tragédia sem precedentes na vida do povo de Deus. Manassés fez errar a Judá e os moradores de Jerusalém, de maneira que fizeram pior do que as nações que o SENHOR tinha destruído de diante dos filhos de Israel. 2 Crônicas 33:9.
O culto aos demônios tipificados nos postes-ídolos ou na adoração ao falo, também configurada no obelisco de Tamuz, se tornou uma prática comum na vida do povo de Deus. A nação havia se prostituído com o mistério da BABILÔNIA, A GRANDE, A MÃE DAS MERETRIZES E DAS ABOMINAÇÕES DA TERRA. Apocalipse 17:5. Aqui está a chave para se entender a corrupção das realidades espirituais.
A idolatria é a oficina de fazer adeptos de Satanás. O adultério espiritual é muito mais sério do que podemos imaginar. Tanto os ídolos concretos como a idolatria ideológica são instrumentos satânicos para nos afastar da comunhão com o Deus verdadeiro.
O rei Manassés foi um idólatra contumaz, reconstruindo todos os altares e ídolos que seu pai havia destruído. Era um revoltado. Tornou-se adepto de Ninrode, pai do humanismo teomânico e grão-mestre do satanismo. Pois tornou a edificar os altos que Ezequias, seu pai, havia derribado, levantou altares aos baalins, e fez postes-ídolos, e se prostrou diante de todo o exército dos céus, e o serviu. 2 Crônicas 33:3.
Além da idolatria ordinária que grassou entre o povo judeu, ele queimou seus filhos como oferta no vale do filho de Hinom, adivinhava pelas nuvens, era agoureiro, praticava feitiçarias, tratava com necromantes e feiticeiros e prosseguiu em fazer o que era mau perante o SENHOR, para o provocar à ira. 2 Crônicas 33:6.
Acredito que ninguém na monarquia bíblica chegou tão longe, nas questões malignas, quanto Manassés. Nem mesmo Acabe e Jezabel, no reino do norte, foram além dele. Esta primeira fase de sua biografia é a própria encarnação de Satã. As trevas espirituais tomaram conta da nação e não havia esperança para este povo. Assim como Israel havia se desmanchado sob o poder dos assírios, Judá estava no mesmo caminho.
Mas, a misericórdia do Senhor tem seus planos secretos. Pelo que o SENHOR trouxe sobre eles os príncipes do exército do rei da Assíria, os quais prenderam Manassés com ganchos, amarraram-no com cadeias e o levaram à Babilônia. 2 Crônicas 33:11.
O melhor lugar para se mexer e remexer com um idólatra é levá-lo ao ninho da idolatria. Deus providenciou uma permanência de Manassés na capital do inferno na terra, por um tempo, para fazê-lo considerar sobre a sua demência. Foi nesta viagem ao condado do capeta, que Manassés passa por uma experiência cambial em sua crença.
“Gato escaldado tem medo de água fria”. Na tortura do príncipe das trevas, o rei Manassés se desassossega. Ele, angustiado, suplicou deveras ao SENHOR, seu Deus, e muito se humilhou perante o Deus de seus pais; fez-lhe oração, e Deus se tornou favorável para com ele, atendeu-lhe a súplica e o fez voltar para Jerusalém, ao seu reino; então, reconheceu Manassés que o SENHOR era Deus. 2 Crônicas 33:12-13.
Tudo indica que Manassés foi convertido. As piores pessoas são sempre as que levam vantagens na obra da salvação, pois elas não têm nada a que se agarrar. Por outro lado, só uma pessoa transformada por Javé abre mão, de fato, de qualquer forma de idolatria. Na vida dos filhos de Deus não há lugar para o culto aos deuses deste mundo.
O veraneio forçado de Manasses na casa do coisa-ruim foi a melhor coisa que poderia ter acontecido a ele. Quando retornou a Jerusalém, ele tirou da Casa do SENHOR os deuses estranhos e o ídolo, como também todos os altares que edificara no monte da Casa do SENHOR e em Jerusalém, e os lançou fora da cidade. 2 Crônicas 33:15.
Que ídolo seria este? Já vimos, anteriormente, os postes-ídolos, que em hebraico são denominados de asherah, ou aserá em português, significando bosque. São ídolos de troncos de madeira ou mesmo de árvores frondosas representando o órgão masculino em pé em direção ao deus sol e que têm a mesma identidade desse ídolo colocado no templo do Senhor, que para alguns estudiosos, seria o obelisco de Tamuz, feito de pedra.
Vemos aqui no templo o símbolo da fertilidade humana e a bandeira do humanismo hasteada no santuário que apontava para a graça plena de Javé. Era uma aberração sem precedentes na história do povo de Deus.
Manassés, que o havia construído e colocado no templo, agora, depois de ter se lambuzado nas latrinas da latria e se empanturrado deste deusinho babilônico, sabendo do seu verdadeiro significado, toma a decisão de retirá-lo do local sagrado dos judeus.
A sua reforma foi muito importante, entretanto era tardia. Mesmo que tirasse o ídolo do templo, o coração do povo estava nos altos. Ainda que eles adorassem ao Senhor, essa adoração era feita em lugares profanos. O povo se voltou para Deus, embora mantivesse o culto com a metodologia idólatra. Sacrificavam ao Senhor, mas indo aos lugares altos. As montanhas têm o mesmo principio da torre de Babel.
O humanismo é a doutrina maligna da elevação do ser humano. Sofremos da síndrome de altar. O cume dos outeiros, os palcos, plataformas, pódios, palanques e púlpitos são espaços de visibilidade pública, mas ambientes perigosos para o ego.
A religião sempre buscou uma elevação palpável, colocando as pessoas em seus tamancos para construir suas torres, templos, tablados para o seu show, a fim de viverem no topo da crista. É comum se ouvir: vamos ao monte para orar! Por que não no vale? Porque temos medo do anonimato. O ser humano não gosta da obscuridade pessoal. Não suporta a ausência de holofotes e a falta de reconhecimento dos outros.
Pedro, como porta-voz dos discípulos de Jesus, recebeu uma revelação do Pai para ninguém duvidar que se tratasse de algo sobrenatural. Afirmar que Jesus era o Cristo, o Filho do Deus vivo, estava fora da competência humana.
Mas, quando Jesus assegurou como imperativo, que a sua missão acabaria numa cruz, Pedro protestou veementemente: isso de modo algum te acontecerá. Neste momento, o Senhor deixou bem claro o projeto das trevas: Jesus, voltando-se, disse a Pedro: Arreda, Satanás! Tu és para mim pedra de tropeço, porque não cogitas das coisas de Deus, e sim das dos homens. Mateus 16:23.
Quem é o técnico do jogo humanista? Quem investe na elevação de nossa imagem? Quem está por trás da disputa de poder, a fim de sermos considerados? Quem cogita dos acontecimentos que valorizem a atuação dos homens? Quem se apetece em inflar o ego para nos tornar tão importantes ou cheios de direitos?
Manassés foi esvaziado, mas o povo continuava cheio de elevação; queria adorar a Deus nos lugares altos. Muitos, hoje em dia, até abrigam uma mensagem ortodoxa, mas não querem abrir mão da sua glória. São fieis aos princípios doutrinários, conquanto que recebam os aplausos da plateia. Querem, antes de tudo, continuar na idolatria do ego. Por exemplo: o cântico da igreja atual está voltado ao povo e não ao trono.
Para desconstruir este velho modelo insidioso só tem uma receita: a cruz de Cristo. Paulo foi alcançado por esta revelação íntima, que mostra onde se encontra a sua celebridade. Ele vê que a sua fama se resume nisto: Mas longe esteja de mim gloriar-me, senão na cruz de nosso Senhor Jesus Cristo, pela qual o mundo está crucificado para mim, e eu, para o mundo. Gálatas 6:14.
A idolatria do ego é muito pior do que os postes-ídolos ou o obelisco de Tamuz no cimo das colinas. A glória humana não se expressa só nos montes e amontoados da natureza adâmica. Ela também constrói altares até nos vales da “humildade”, para chamar a atenção dos espectadores para uma grandeza bizarra: “eu sou dos maiores em modéstia”. O maior perigo que se pode observar é ver um rei arrogante vestido de mendigo.
Ó Senhor, esvazia-nos com graça, por sua obra consumada no Calvário. Amém. - 
Glenio Fonseca Paranaguá - www.palavradacruz.com.br

segunda-feira, 20 de junho de 2011

PAI, COMEÇA O COMEÇO!?

Quando eu era criança e pegava uma tangerina para descascar, corria para meu pai e pedia:
- Pai, começa o começo!?.
O que eu queria, era que ele fizesse o primeiro rasgo na casca da fruta, o mais difícil e resistente para as minhas pequenas mãos.
Sorridente, ele sempre acabava descascando toda a fruta para mim. Mas, outras vezes, eu mesmo tirava o restante da casca a partir daquele primeiro rasgo que ele havia feito.
Meu pai faleceu há muito tempo, e há anos não sou mais criança. Mesmo assim, sinto grande desejo de tê-lo ainda ao meu lado para, pelo menos, começar o começo de tantas cascas duras que encontro pelo caminho.
Hoje, minhas tangerinas são outras.
Preciso descascar as dificuldades do trabalho, os obstáculos dos relacionamentos com amigos, os problemas no núcleo familiar, o esforço diário que é a construção de um relacionamento a dois, o enfrentamento sempre tão difícil de doenças, perdas, traumas, separações, mortes, dificuldades financeiras e, até mesmo, as dúvidas e conflitos que nos afligem diante de decisões e desafios.
Em certas ocasiões, minhas tangerinas transformam-se em enormes abacaxis...
Lembro-me, então, que a segurança de ser atendida pelo meu pai quando lhe pedia para começar o começo era o que me dava a certeza que conseguiria chegar até ao último pedacinho da casca e saborear a fruta.
O carinho e a atenção que eu recebia do meu pai me levaram a pedir ajuda a Deus, meu Pai do Céu, que nunca morre e sempre está ao meu lado.
Meu pai terreno me ensinou que Deus, o Pai do Céu, é eterno e que Seu amor é a garantia das nossas vitórias.
Quando a vida parecer muito grossa e difícil, como a casca de uma tangerina para as mãos frágeis de uma criança, lembre-se de pedir a ajuda de Deus:
Pede pra Ele: "Pai, começa o começo!"
Ele não só começará o começo, mas também resolverá toda a situação para você.
Não sei que tipo de dificuldade eu e você ainda encontraremos pela frente neste ano.
Sei apenas que vou me garantir no Amor Eterno de Deus para pedir, sempre que for preciso:
Pai, começa o começo!?  Autora desconhecida

quinta-feira, 16 de junho de 2011

TIPOS INÚTEIS DE FÉ

Existem dois meios pelos quais um homem pode perder sua alma. Quais são eles?
Ele pode perdê-la por viver e morrer sem nenhuma fé. Ele pode viver e morrer como
um animal, ímpio, ateisticamente, sem a graça e incrédulo. Este é um caminho seguro
para o inferno. Cuidado para não andar por ele.
Ele pode perder sua alma por aceitar determinado tipo de fé. Ele pode viver e morrer
contentando-se com um cristianismo falso e descansando numa esperança sem
fundamento. Este é o caminho mais comum que existe para o inferno.

O que quero dizer com fé inútil?

Em primeiro lugar, uma fé é totalmente inútil quando Jesus Cristo não é o principal
objeto e não ocupa o lugar principal.
Existem portanto, muitos homens e mulheres batizados que praticamente nada sabem
sobre Cristo. A fé deles consiste em algumas noções vagas e expressões vazias. “Mas
eles crêem, não são piores que outros; eles se mantêm na igreja, tentam fazer suas
obrigações; não prejudicam a ninguém; esperam que Deus seja misericordioso para
com eles! Eles confiam que o Poderoso perdoará seus pecados e os levará para o céu
quando morrerem”. Isto é quase a totalidade da sua fé.
Mas o que estas pessoas sabem de fato sobre Cristo? Nada! Nada mesmo! Que relação
experiencial eles têm com Seus ofícios e obra, Seu sangue, Sua justiça, Sua mediação,
Seu sacerdócio, Sua intercessão? Nenhuma! Nenhuma mesmo! Pergunte-lhes sobre a
fé salvífica; pergunte-lhes sobre nascer de novo do Espírito; pergunte-lhes sobre ser
santificado em Cristo Jesus. Que resposta você terá? Você é um bárbaro para eles.
Você lhes perguntou questões bíblicas simples, mas eles não sabem mais sobre elas,
experimentalmente, do que um budista ou um mulçumano.
E mesmo assim, esta é a fé de centenas de milhares de pessoas por todo mundo que
são chamadas de cristãs.
Se você é um homem deste tipo, eu o advirto claramente que tal cristianismo nunca o
levará para o céu. Ele pode fazer muito bem aos olhos dos homens; pode ser aprovado
no conselho da igreja, no escritório, no parlamento inglês ou nas ruas, mas ele nunca
o confortará; nunca satisfará sua consciência; nunca salvará sua alma.
Eu o advirto claramente, que todas as noções e teorias sobre Deus ser misericordioso
sem Cristo são ilusões sem fundamento e imaginações vãs. Tais teorias são puramente
ídolos da invenção humana, tanto quanto os ídolos hindus. Elas são todas da terra,
terrestres; nunca desceram do céu. O Deus do céu selou e nomeou Cristo como o
único Salvador e caminho para a vida e todos que quiserem ser salvos devem
satisfazer-se em serem salvos por Ele, do contrário, de forma alguma serão salvos.
Eu lhe dou um aviso legítimo: Uma fé sem Cristo nunca salvará sua alma.
Mas eu ainda tenho outra coisa a dizer. Uma fé é inteiramente inútil quando se une
qualquer coisa a Cristo com respeito a salvação da sua alma. Você não deve somente
depender de Cristo para salvação, mas deve depender de Cristo somente e
exclusivamente de Cristo.
Existem multidões de homens e mulheres batizados que professam honrar a Cristo,
mas na realidade O desonram grandemente. Eles dão a Cristo um certo lugar no seu
sistema religioso, mas não o lugar que Deus tencionou que Ele ocupasse. Cristo,
exclusivamente, não é “tudo em todos” para suas almas. Não!
É Cristo e a igreja; ou Cristo e os sacramentos; ou Cristo e Seus ministros ordenados;
ou Cristo e a bondade deles; ou Cristo e suas orações; ou Cristo e a sinceridade e
caridade deles, nas quais eles realmente descansam suas almas.
Se você é um cristão deste tipo, eu também o advirto claramente que sua fé é uma
ofensa a Deus. Você está mudando o plano de salvação de Deus em um plano da sua
própria invenção. De fato você está depondo Cristo do seu trono, dando a glória que
Lhe é devida a outro.
Eu não me importo quem lhe ensina sua fé, cuja palavra você confia. Se ele é papa ou
cardeal, arcebispo ou bispo, diácono ou presbítero, episcopal ou presbiteriano, batista,
independente ou metodista; quem quer que acrescente alguma coisa a Cristo, está
ensinando incorretamente.
Eu não me preocupo com o que você está juntando a Cristo. Se é a necessidade de
unir-se a igreja de Roma, ou de ser um episcopal, ou um sacerdote independente, ou
desistir da liturgia, ou de ser batizado por imersão. O que quer que seja que você
acrescente a Cristo no que se refere a salvação, você ofende a Cristo.
Atente para o que você está fazendo. Cuidado para não dar aos servos de Cristo a
honra devida a ninguém, além de Cristo. Cuidado para não dar às ordenanças a honra
devida ao Senhor. Cuidado para não descansar o fardo de sua alma em coisa alguma a
não ser Cristo e Cristo exclusivamente. Cuidado para não ter uma fé que seja inútil e
que não pode salvar.
É horrível não ter nenhuma fé. Ter uma alma imortal confiada ao seu cuidado e
negligenciá-la, é terrível. Porém, não menos terrível, é estar contente com uma fé que
não lhe pode fazer nenhum bem.

Não permita que esse seja seu caso. 
J. C. Ryle 

CONFORMIDADE COM SUA MORTE

Para conhecê-lo, e a virtude da sua ressurreição, e a comunicação de suas aflições, sendo feito conforme à sua morte. Filipenses 3:10.
Foi por inspiração divina que o Apóstolo Paulo escreveu na seguinte ordem: primeiro, o poder da Sua ressurreição; depois, a comunhão em Seus sofrimentos e, finalmente, ser conformado à Sua morte. A grande verdade é que, só conseguiremos conhecer o poder da Sua ressurreição se, participarmos com Ele, de Sua experiência de morte. Isto significa que precisamos tomar a cruz diariamente: E dizia a todos: Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, e tome cada dia a sua cruz, e siga-me.
Por que precisamos tomar a cruz dia a dia, conforme revelado pelo nosso Senhor Jesus Cristo? Esta necessidade tem como causa o fato de que, o nascido de novo, sofre as consequências deixadas pelo pecado. Esta é uma realidade que não podemos ignorar. Não é verdade que ainda carregamos interesses pessoais? Não é verdade que ainda somos perseguidos pelo egoísmo e pelo orgulho? Não é verdade que, muitas vezes, ainda somos assaltados por desejos de notoriedade pessoal ou de poder para fazer prevalecer a nossa vontade?
Tomar a cruz significa entregar absolutamente tudo, e que nada pode ser retido, nem mesmo a própria vida. Isto quer dizer que, nossa vontade, nossas ambições, nossos desejos, nossas esperanças foram definitivamente entregues a Cristo. Tomar a cruz, em ultima instância é considerar-se morto, para que Cristo possa viver e reinar em nós.
O apóstolo Paulo expressa a mesma verdade quando afirma: Fui crucificado com Cristo. Assim, já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim. Gálatas 2:20. Tomar a cruz é algo que ocorre nos recônditos do espírito humano – uma experiência fundamental para o relacionamento com a pessoa com Cristo.
Como foi que o pecado entrou neste universo, antes de Adão? Isto ocorreu quando Satanás disse: Eu subirei ao céu, acima das estrelas de Deus exaltarei o meu trono, eu serei como o Altíssimo. Isaías 14:12-13. E depois, como foi que o pecado entrou no homem? Pela mesma fala, satanás suscitou à mente do homem o mesmo desejo: ser como Deus.Porque Deus sabe que no dia em que dele comerdes se abrirão os vossos olhos, e sereis como Deus, sabendo o bem e o mal. Gênesis 3:5. A ambição de poder entrou na raça humana, desde então vivemos a síndrome da teomania.
A nossa vitória sobre as consequências deixadas pelo pecado é obtida quando, na prática, levamos o nosso morrer: Ora, tendo Cristo sofrido na carne, armai-vos também vós do mesmo pensamento; pois aquele que sofreu na carne deixou o pecado. 1 Pedro 4:1 Somente uma experiência prática de conformidade a Cristo em Sua morte pode nos libertar.
Quando ideias, preferências e desejos humanos são colocados à parte, isto pode parecer no primeiro instante, um estado desagradável de privação. Mas, quando esses interesses pessoais são mortificados, Cristo preenche e governa nossas vidas, então, seremos simplesmente vasos condutores da manifestação da Pessoa de Cristo.
Não pensemos nós que Satanás não vem sussurrar em nossos ouvidos, de forma sutil, algo que desperte nossos interesses pessoais! Foi em Filipos que Satanás proclamou publicamente que Paulo era um servo do Deus Altíssimo, que apresentava aos homens o caminho da salvação: E aconteceu que, indo nós à oração, nos saiu ao encontro uma jovem, que tinha espírito de adivinhação, a qual, adivinhando, dava grande lucro aos seus senhores. Esta, seguindo a Paulo e a nós, clamava, dizendo: Estes homens, que nos anunciam o caminho da salvação, são servos do Deus Altíssimo. E isto fez ela por muitos dias. Mas Paulo, perturbado, voltou-se e disse ao espírito: Em nome de Jesus Cristo, te mando que saias dela. E na mesma hora saiu.
Paulo poderia ter sido seduzido pela oportunidade: fazer marketing gratuito! Podemos estar certos de que um plano sutil do diabo está a caminho, quando ele começa a “patrocinar” o Evangelho, contribuindo para que pregadores se tornem astros populares. O apóstolo percebeu isso e, buscando em Deus o discernimento, logo viu que era uma cilada.
Mais do que nunca precisamos de “olhos de águia”; olhos penetrantes que veem à longa distância. Sim, precisamos de olhos capazes de discernir com profundidade aquilo que está sendo pregado nos púlpitos. Porque tais falsos apóstolos são obreiros fraudulentos, transfigurando-se em apóstolos de Cristo. E não é de admirar, porque o próprio Satanás se transforma em anjo de luz. Não é muito, pois, que os seus próprios ministros se transformem em ministros de justiça; e o fim deles será conforme as suas obras. 2 Coríntios 11:13-14-15. Veja a sutileza dos falsos obreiros. Eles são ministros de “justiça” e não da graça. Muito sutil, não é verdade!
Como posso discernir o que eu estou ouvindo? Não é muito simples, mas toda pregação centrada no humanismo; que coloca cargas sobre os ombros do homem, e que tem como pretensão determinar o que você deve ou não fazer, esta pregação é falsa. Bem ao contrário, o que vem de Deus não gera peso, e tudo está centrado na graça do nosso Senhor Jesus Cristo.
A graça nos convida para um banquete que já foi preparado. A graça não aceita nenhuma participação humana, mas diz: Tudo está preparado: O reino dos céus é semelhante a um certo rei que celebrou as bodas de seu filho;E à hora da ceia mandou o seu servo dizer aos convidados: Eis que já preparei o meu banquete; os meus bois e cevados já foram abatidos, e tudo está pronto; vinde para as bodas. Mateus 22:2-4.
O chamado do evangelho é para pecadores infelizes que, de si mesmos, nada têm para oferecer: Então, disse aos seus servos: Está pronta a festa, mas os convidados não eram dignos. Mateus 22:8Por que não eram dignos? Porque não eram indignos. Então o rei ficou irado, disse ao seu servo: Sai depressa pelas ruas e bairros da cidade, e traze aqui os pobres, e aleijados, e mancos e cegos. Lucas 14:21.
O que nos torna mais do que vencedores na vida espiritual é o fato de que o mesmo poder de ressurreição que levantou Cristo é o poder que opera em nós: Ora, àquele que é poderoso para fazer tudo muito mais abundantemente além daquilo que pedimos ou pensamos, segundo o poder que em nós opera. Efésios 3:20. Essa Vida é algo que confrontou todas as forças e estratégias diabólicas do universo, e provou que não pode ser tocada ou corrompida. Portanto, é a vida que triunfou sobre a morte.
A vida de ressurreição não é uma ideia abstrata ou uma sensação mística, mas é uma expressão muito prática da vitória sobre o pecado e sobre Satanás. Se essa vida pudesse ser maculada ou corrompida, então Satanás teria alcançado seu intento final. Porém, a possibilidade desta tragédia acontecer simplesmente inexiste, pois a vida de Cristo é plena e, definitivamente, venceu a morte.
Ainda que a Sua vida de ressurreição O tenha elevado a uma posição inacessível, “acima de tudo”, ela visa levar cada um de nós a compartilhar da Sua vitória e de Seu trono. Portanto, o princípio foi revelado: o poder da vida de Cristo que opera em nós. E, esse poder se manifesta pelo princípio da morte: Trazendo sempre no corpo o morrer de Jesus, para que também a sua vida se manifeste em nosso corpo. 2Coríntios 4:10.
O desejo de conhecer a Cristo no poder da Sua ressurreição, e estar pronto a penetrar nas aflições por causa Dele, e com Ele, coloca o sofrimento no seu devido lugar, relacionado ao caminho para a glória. Frequentemente o sofrimento está fora de lugar em nós, nos causando problemas ao ser aquilo que nos preocupa e que prejudica tudo mais.
O Senhor pode nos fazer ver o sofrimento conforme deve ser visto, ou seja, em relação a algo que nos faz vê-lo bem menor, quando comparado com a glória que em nós há de ser revelada: Porque para mim tenho por certo que as aflições deste tempo presente não são para comparar com a glória que em nós há de ser revelada. Romanos 8:18. Essa foi a glória que Paulo descreveu como grande prêmio por ganhar a Cristo.
Se perguntarmos o que significa ganhar a Cristo, temos que considerar o texto da carta de Paulo aos crentes de Roma, a qual expressa o propósito de Deus: que sejamos conformados à imagem de Seu Filho: Porquanto aos que de antemão conheceu, também os predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho, a fim de que ele seja o primogênito entre muitos irmãos.Romanos 8:29.
O processo de ser conformado à Cristo é, de fato, ganhar a Cristo. Este é o prêmio, este o galardão. Ganhar a Cristo implica alcançar a plenitude de Cristo, isto é, Cristo é o meu tudo: “O Senhor é o meu pastor e não preciso de mais nada”. Assim, para os salvos, a questão fundamental é esta: estar moral e espiritualmente onde Cristo está. Estar em Seu lugar de exaltação é o propósito, o prêmio e o galardão.
Não podemos perder de vista esse objetivo glorioso: “que é ser conformados à imagem de Seu Filho”, ainda que, no tempo presente estejamos com “dores de parto”, gemendo: Em tudo somos atribulados, mas não angustiados; perplexos, mas não desanimados. Perseguidos, mas não desamparados; abatidos, mas não destruídos; E assim nós, que vivemos, estamos sempre entregues à morte por amor de Jesus, para que a vida de Jesus se manifeste também na nossa carne mortal. 2 Coríntios 4:8-9-11.
Que Deus pela Sua infinita graça nos leve a confessar dia-a-dia a nossa morte com Cristo. 
Humberto Xavier Rodrigues - www.palavradacruz.com.br

quarta-feira, 15 de junho de 2011

ELE É O SENHOR

“Saiba, pois, com certeza toda a casa de Israel que a esse Jesus, a quem vós crucificastes, Deus o fez Senhor e Cristo.” (Atos 2:36)

Jesus de Nazaré não é apenas um personagem histórico que apareceu no Oriente Médio um tempão atrás. Ele é o filho do Deus Vivo, a encarnação da divindade e principalmente Ele é o Senhor, novamente não por acaso. Ele cumpriu cabalmente tudo o que Pai tinha para Ele, por isso foi colocado em lugar de honra.
Senhor significa dono. Jesus de Nazaré andou por esta terra na forma humana, colocou-se debaixo de uma maldição em nosso favor, tornou-se maldição por causa do nosso pecado. E note que mesmo assim, Ele não se fez Senhor de coisa nenhuma: foi Deus que o tornou Senhor, que O colocou no seu devido lugar.
Isso nos ensina muito, especialmente quando começamos a ter algumas idéias “brilhantes” de nos acharmos alguma coisa ou nos sentirmos no direito de nos auto-aclamarmos alguma coisa. Ou Deus nos coloca em alguma posição ou isso não terá legitimidade. Meu querido leitor, não advogue em causa própria, não se empenhe em dizer quem é ou o que faz, não busque reconhecimento seja merecido ou não. Busque ser obediente e cumprir o que Deus tem para sua vida. Isso provocará a percepção de quem Deus tiver levantado para perceber. As coisas acontecerão.
É sempre uma batalha de ego contra o espírito mas podemos, sim, vencer. Jesus nos mostra que devemos dar prioridade para a obediência e que todo resto cabe ao Pai. Filipenses 2 nos mostra isso com total clareza, este versículo de Atos 2 fala disso.
Note outro ensino nem tão sutil: o reconhecimento dos homens levou Jesus para a cruz. O de Deus, o levou ao Trono Celeste. Se somos co-herdeiros com Ele, se queremos ser imitadores Dele, se de fato sem Ele nada podemos fazer… por que o Pai faria diferente conosco? Se não poupou Seu Filho para cumprir Seu propósito, por que pouparia a nós?
Deus te ama e nada mudará isso. Mas quanto a ir a algum lugar é outra discussão. Você só vai onde Ele te desejar, ainda que seja uma cruz.
“Pai, obrigado por que meu destino depende muito mais de minhas decisões de te obedecer do que de minhas capacidades. Ajuda-me para que eu aprenda a confiar em Ti e esperar em Ti.”
Mário Fernandez - http://www.ICHTUS.com.br.

quarta-feira, 1 de junho de 2011

AINDA QUE... TODAVIA

Ainda que a oliveira não floresça, nem haja fruto na vide, ainda que o produto da oliveira falhe, e os campos não produzam mantimento, ainda que as ovelhas sejam exterminadas, e nos currais não haja gado, todavia eu me alegrarei no Senhor e exultarei no Deus da minha salvação. Habacuque 3:17-18.

O livro de Habacuque é o oitavo dos profetas menores. Embora tenha mais de dois mil e quinhentos anos, sua mensagem é atualíssima. Os tempos podem mudar, mas o coração dos homens não. Ele ainda é prisioneiro das mesmas ambições, desejos e inclinações pecaminosas. Henrietta Mears diz: “o livro de Habacuque começa num vale profundo e termina nas alturas excelsas”. Ou seja, ele vai do desespero à esperança, do temor à verdadeira fé.
Desde a queda de Adão e, consequentemente, de toda a raça, - como está escrito:Porquanto, assim como por um só homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado, a morte, assim também a morte passou a todos os homens, porque todos pecaram. Romanos 5:12 - o sofrimento tornou-se algo inerente na vida diária do ser humano. Todos, indistintamente, passarão por sofrimentos. O sofrimento vem para o rico e para o pobre, para o crente e para o descrente. A verdade é que o sofrimento não faz acepção de pessoas.A palavra de Deus é clara em dizer: Porque sabemos que toda a criação, a um só tempo, geme e suporta angústias até agora. Não somente ela, mas também nós, que temos as primícias do Espírito, igualmente gememos em nosso íntimo, aguardando a adoção de filhos, a redenção do nosso corpoRomanos 8:22-23.
Deus tem uma medida de sofrimento para cada ser humano. É verdade que muitos, por suas escolhas erradas, atraem o sofrimento para suas vidas, por não saber discernir o precioso do vil, e por querer andar segundo a sua própria vontade em detrimento da vontade de Deus. Lembre-se do que a palavra de Deus diz em: não vos enganeis: Deus não se deixa escarnecer. Tudo que o homem semear, também ceifará. O que semeia na sua carne, da carne ceifará a corrupção; o que semeia no Espírito, do Espírito ceifará a vida eterna. Gálatas 6:7-8.
Diante dessa verdade, fica uma pergunta inquietante: o que temos semeado em nossas vidas? É certo que a colheita desses frutos virá. O apóstolo Paulo tinha em sua mente plena convicção de que todas as coisas que lhe aconteciam estavam debaixo da soberania de Deus. Sabemos que todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito. Romanos 8:28.
A maldade, o pecado provocado por outras pessoas contra os filhos de Deus, está debaixo da soberania do Pai e não foge de seus propósitos em trabalhar na vida do seu povo. Nenhuma pessoa vai dizer ou fazer algo para um amado do Pai, gerando qualquer desconforto, sem que o próprio Deus não conheça e de alguma forma não o tenha permitido. O salmista diz: Pois tu, ó Deus, nos provaste, tu nos refinaste como se refina a prata. Tu nos deixaste cair no laço, e cargas pesadas nos colocaste nas costas. Fizeste com que os homens cavalgassem sobre as nossas cabeças, passamos pelo fogo e pela água, mas nos trouxeste a um lugar de abundância. Salmos 66:10-12. Toda circunstância gerada contra os eleitos de Deus está no seu controle.
O problema é que o ser humano não quer demonstrar fraqueza, não quer reconhecer sua total incapacidade, e, muito menos, sair do controle, ou seja, render-se. Porém, o Senhor só opera na fraqueza, ou melhor, no reconhecimento da fraqueza. Este mundo é a grande escola de Deus para o tratamento do ser humano. Deus precisa imprimir seu caráter na vida de seus filhos. E como Ele vai fazer isso? Através do sofrimento. Assentar-se-á como fundidor e purificador de prata, purificará os filhos de Levi, e os refinará como ouro e como a prata. Então eles trarão ao Senhor ofertas em retidão. Malaquias 3:3. Esse versículo bíblico intrigou algumas mulheres num determinado estudo bíblico. Elas ficaram pensando o que essa afirmação significava em relação ao caráter e a natureza de Deus. Descobriram que, no refinamento da prata, é preciso que o artesão fique sentado segurando a mesma no centro da chama, onde ela é mais quente, para queimar as impurezas. Deve manter seus olhos na prata o tempo todo em que ela estiver nas chamas, pois se a prata ficar um minuto a mais que o devido, pode ser destruída. O refinamento da prata termina somente quando o artesão vê sua imagem nela.
Nossos dias são dias de conflitos, solidão, estresse, ansiedade, depressão e medo, e todos, sem exceção, estão sujeitos às tempestades da vida. As adversidades chegam sem pedir licença. O profeta Habacuque declarou embaixo da dependência de Abba: “Ainda que”! Não importa a dor, a perda, o sofrimento, quando os olhos estão postos no Deus de toda a graça, pode-se caminhar feliz pelo vale da sombra da morte e, ainda assim, estar alegre e exultante na soberania de Deus. Este mundo é a escola de Deus para tratar com todo o ser humano. As adversidades só têm um propósito: tirar aquilo que não agrada o grande Refinador. Deus quer imprimir em cada um de seus filhos a Sua imagem, ou seja, o caráter de Jesus Cristo. E nós precisamos disso. O salmista é claro em dizer: Antes de ser afligido andava errado, mas agora guardo a tua palavra. Foi-me bom ter eu passado pela aflição, para que aprendesse os teus decretos. Bem sei, ó Senhor que as tuas leis são justas, e que em tua fidelidade me afligiste. Salmos 119:67-71-75.
E para os que não nasceram de novo, Deus precisa levá-los ao fim de si mesmos, para que reconheçam a Cristo como único Senhor e Salvador. Deus está com os olhos fitos em cada um de seus eleitos, cuidando de cada um como a menina dos olhos, dizendo: Ainda que meu pai e minha mãe me desamparassem, o Senhor me recolheria. Salmos 27:10. E, também: Pode uma mulher esquecer-se do filho que ainda mama, de modo que não se compadeça do filho do seu ventre? Mas ainda que esta se esquecesse, eu, todavia, jamais me esquecerei de ti. Isaías 49:15.
Por vezes, a tendência do cristão é ficar com os olhos fitos na figueira e esperar frutos dela: alimento, figo, ou melhor, o doce do figo. Mas, quando isso não acontece, quando o fruto não vem, o que fazer? Habacuque começa sua profecia com choro e medo, e a termina cantando e confiante. O que produziu a mudança em seu coração? Certamente foi a certeza da soberania de Deus em todos os aspectos da história do seu povo. O Senhor tem o seu caminho na tormenta, e na tempestade, e as nuvens são o pó dos seus pés. Naum 1:3-b. E, também: Deus é o nosso refúgio e fortaleza, socorro bem presente na angústia. Pelo que não temeremos, ainda que as águas rujam e se perturbem, ainda que os montes se abalem pela sua braveza. Salmos 46:1-3. Quando se mantém o olhar somente para figueira, depara-se com fraqueza e desespero. É preciso aprender, pela graça de Deus, a olhar firmemente para o autor e consumador da fé. Certamente, quando os olhos estão postos naquele que pode todas as coisas, não precisamos entrar em desespero, pois sabemos que Ele está no controle de TUDO!
O sofrimento, na vida do ser humano, baseia-se em perdas: seja da saúde, do emprego, afeto, bens materiais ou até mesmo de um ente querido. Toda pessoa que passou por alguma perda, via de regra sente-se culpada por isso. Mas, é bom lembrar que, como seres finitos, todos estão sujeitos a perdas e não se tem como evitá-las. Se não há como evitar o sofrimento, pode-se torná-lo menos doloroso ao buscar e andar na presença de Deus Pai. Tu me farás ver a vereda da vida; na tua presença me encherás de alegria, com delícias perpétuas à tua direita. Salmos 16:11. Isto porque: Deus é nosso refúgio e fortaleza, socorro bem presente na angústia. Salmos 46:1.
Muitas vezes, aquele que está sofrendo procura não falar e até mesmo nem pensar naquilo que traz sofrimento, como um meio de fuga. Por outro lado, só encontraremos a cura ao extravasarmos todo sentimento que causa a dor. Quando se evita falar acerca desse sentimento, o corpo reage de forma negativa, trazendo doenças físicas e emocionais. O rei Davi foi claro ao dizer: Enquanto me calei, envelheceram os meus ossos pelo meu bramido o dia todo. Pois de dia e de noite a tua mão pesava sobre mim; o meu humor tornou-se em sequidão de estio. Confessei-te o meu pecado, e a minha maldade não encobri. Disse: Confessarei ao Senhor as minhas transgressões; e tu perdoaste a culpa do meu pecado. Salmos 32:3-5. Quando confessamos nossos pecados primeiro ao Senhor e também a um irmão de confiança, estamos dando o primeiro passo para a cura.
Jesus foi claro ao dizer: Disse-vos estas coisas para que em mim tenhais paz. No mundo tereis aflições. Mas tende bom ânimo! Eu venci o mundo. João 16:33. Ele e somente Ele pode dar graça aos seus filhos para viverem tanto nos dias fáceis e alegres, quanto nos dias difíceis e tristes. Muitas pessoas, quando recebem um não de Deus, em momentos de dor, ficam duras como o salmista: A minha alma recusou ser consolada. Salmos 77:2-b. Toda pessoa vitimizada por um ego doído acha-se no direito de não receber o consolo de Deus. Não se dobra à soberania de Deus, pois quer que a sua vontade seja feita tanto na terra como também deveria ser feita no céu. E, assim, jamais poderá tocar na dor do outro, pois recusa-se a receber o consolo que somente o Pai celestial pode conceder. Bendito seja o Deus e Pai de nosso senhor Jesus Cristo, o Pai das misericórdias e o Deus de toda a consolação, que nos consola em toda a nossa tribulação, para que também possamos consolar os que estiverem em alguma tribulação, com a consolação com que nós mesmos somos consolados por Deus. Somente aquele que passou ou está passando pela tribulação pode ser consolado por Deus e, assim, pode ser um canal de bênçãos para aqueles que também estão sendo atribulados.
Que o nosso Deus e Pai possa abrir os olhos do nosso entendimento para que possamos enxergar além da tristeza e assim glorificar seu Santo nome! Amém. Por: Maurício Torres - www.palavradacruz.com.br