terça-feira, 31 de dezembro de 2013

CAMINHANDO A CAMINHADA

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Não existe fim de ano. Há mudança nas estações combinada com os ardis de imperadores espertos. Antigamente o ano só tinha dez meses. O inverno não se contava; era muito frio. Janeiro e fevereiro, os tempos escuros, viviam cobertos de gelo. O ano começava em março e terminava em dezembro.
Com as mexidas no calendário houve uma série de maracutais e o ano vira no dia 31do 12° mês que deveria ser chamado, pelo menos, de dozembro. Mas, tudo faz parte do jogo do poder e de como ponderar o imponderável.
Nunca indague dos outros: quantos anos tem? Talvez: como usa seu tempo? Gosto deste pensamento: “A vida é curta demais para que façamos tudo o que queremos, mas é longa o bastante para que façamos tudo o que Deus quer que façamos.” Isso vai depender do que é prioritário em nossa vida.
Você diz que o tempo passa? Não! o tempo fica, nós é que passamos!” O tempo move nossa história aqui na terra, por isso, temos que saber como usá-lo, senão morreremos sem tempo para viver o tempo de verdade. É lamentável que vivamos movidos por exigências e não a relacionamentos.
E como usá-lo? Gosto desta proposta de Richard Baxter: “Não gaste seu tempo em nada de que venha a se arrepender mais tarde; em nada acerca de que não possa orar pedindo a bênção de Deus; em nada que você não consiga recordar com uma consciência tranquila em seu leito de morte; em nada em que você não possa ser encontrado a fazer, com toda segurança e propriedade, se a morte o surpreender no ato”. Vale a pena experimentar!
Sim, 2013 já se foi; agora é 2014. Tudo bem. O que mudou? Nada! Só estou mais velho e mais consciente de que meu tempo vai minguando no planeta, embora, o portão que me leva à eternidade já se abriu na tumba vazia. Por isso, não desanimamos; pelo contrário, mesmo que o nosso homem exterior se corrompa, contudo, o nosso homem interior se renova de dia em dia. 2 Cor 4:16.
Celebre no amor do Amado.
O velho mendigo do Vale Estreito,
Glenio Fonseca Paranagua.

sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

A PORTA DA IGREJA TRANCADA PARA CRISTO



Ao anjo da igreja em Laodicéia escreve: Estas coisas diz o Amém, a testemunha fiel e verdadeira, o princípio da criação de Deus: Conheço as tuas obras, que nem és frio nem quente. Quem dera fosses frio ou quente! Ap 3:14-15.
Esta igreja é o fim da picada em todo sentido. É a última do período eclesiástico e o absurdo dos absurdos em relação ao povo de Deus. Laodicéia pretende promover, a todo custo, a justiça do povo e propõe ser a vox populi, só não é a vox Dei ou a voz do Altíssimo. Deus acha-se fora de suas cogitações, uma vez que ela se basta a si mesma.
Tudo faz crer que este período começou no final do século XIX e culminará no fim da grande tribulação. É uma era em que o humanismo tem-se passado por Cristianismo. Mas, como dizia o D. Martyn Lloyd-Jones, essa é o tempo em que "o diabo pode dirigi-lo de forma extraordinária... Há poderes que podem simular quase todas as coisas na vida cristã.” Todavia, Deus não conta a casca, enquanto dermos ao diabo o grão.
É uma igreja tépida e típica da indiferença a Cristo. Analisando o tempo do fim, o apóstolo Paulo afirmou: tem forma de piedade, negando-lhe o poder, 2Timóteo 3:5. A sua mornidão a torna num purgante que não purga, mas provoca regurgito repugnante.
Quem fala estas coisas é o Amém; Aquele que é a origem de tudo o que existe e que tem a verdade e a fidelidade como essência do seu caráter. Seu diagnóstico, porém, é triste e a conclusão, nojenta: essa igreja morna provoca vômitos no Senhor da Igreja.
É lamentável o texto dedicado ao ministério em Laodicéia: Assim, porque és morno e nem és quente nem frio, estou a ponto de vomitar-te da minha boca; pois dizes: Estou rico e abastado e não preciso de coisa alguma, e nem sabes que tu és infeliz, sim, miserável, pobre, cego e nu. Apocalipse 3:16-17.
A temperatura morna é nauseante, provocando enjôo nas entranhas do Cordeiro, como fruto da pseudo-independência ou da pretensa auto-suficiência daqueles que se dizem cristãos, sem que Cristo seja o tudo em suas vidas. Essa gente diz que não precisa de nada, é rica e abastada, embora o Todo-Poderoso nem faça parte da congregação. Ele encontra-se do lado de fora, como veremos.
Laodicéia se basta em sua própria justiça, mas é ignorante, infeliz, vivendo na miséria espiritual como indigente cego e nu. É a igreja rica dos talentos naturais ou da capacidade adâmica, mas paupérrima dos dons de Deus.
As aptidões humanas deixam as pessoas enfatuadas. Poucas coisas neste mundo são mais perigosas para a vida no espírito do que a competência da alma, bem como os seus poderes latentes. Muita gente confunde os poderes da mente com os dons do Espírito, gerando uma babel no ensino doutrinário. Que tragédia!
A presunção talentosa é obstáculo à dependência na fraqueza. Aquele que se basta a si mesmo não é bastante frágil a abastecer-se da abastança da graça.
As palavras do Cabeça do Corpo são enfáticas: Aconselho-te que de mim compres ouro refinado pelo fogo para te enriqueceres, vestiduras brancas para te vestires, a fim de que não seja manifesta a vergonha da tua nudez, e colírio para ungires os olhos, a fim de que vejas. Apocalipse 3:18.
À igreja pobre, nua e cega, o Noivo aconselha uma operação comercial sui generis. Não acredito que seja um negócio de troca de favores, mesmo porque, o valor da redenção é caríssimo e já foi pago, além do que, o câmbio, no reino da graça plena, é sem dinheiro e sem preço, como nos diz Isaías 55:1-2.
A Trindade não negocia com a humanidade; Ela doa tudo. Lúcifer, sim, é o autor astuto do comércio:Pela multidão das tuas iniquidades, pela injustiça do teu comércio, profanaste os teus santuários; Ezequiel 28:18a. O comércio é o ardil do anjo caído para aprisionar as pessoas com o peso da meritocracia.
Essa compra aqui, porém, por exigência hermenêutica, tem que ser pelo câmbio da graça, e, neste caso, é uma questão de negação da soberba e nunca de negociação do mérito pela bênção. Nada pode ser mais custoso ao arrogante do que receber, sem qualquer merecimento, a suficiência da obra de Cristo. Para esse pretensioso, o preço é alto demais para convencê-lo à mendicância.
A turma de Laudicéia nutre-se do laudatório promovido pelos seus méritos. Essa gente celebra o louvor das conquistas aos goles no pódio. Receber de graça o laudêmio da redenção é deveras humilhante. É custoso aceitar que nós já fomos aceitos incondicionalmente, no Amado, sem qualquer contrapartida nossa.
É muito difícil ver o ouro refinado representando a Divindade que se doa no sacrifício do Calvário e ver as vestes brancas, somente como a justiça do Cordeiro cobrindo a nudez do pecado, enquanto, o colírio nos olhos vem falar da revelação do Espírito Santo dando a visão clara do que é a vida espiritual autêntica. Essa é a estimativa mais cara e complicada para um humanista se desestimar.
Entretanto, o Senhor tem os seus em Laudicéia e os exorta porque os ama: Eu repreendo e disciplino a quantos amo. Sê, pois, zeloso e arrepende-te. Apocalipse 3:19. O termo zeloso vem de um verbo que significa ficar quente. O metal se aquece quando é posto na fornalha. O arrependimento tem tudo a ver com o distanciamento da fonte de calor. Então, o braseiro se aproxima do morno.
Eis que estou à porta e bato; se alguém ouvir a minha voz e abrir a porta, entrarei em sua casa e cearei com ele, e ele, comigo. Apocalipse 3:20. Aqui vemos Cristo vindo e batendo à porta trancada da igreja, afim de trazer calor aos que ouvirem a sua voz. Vemos a Fonte do calor buscando a turma morna, a fim de compartilhar do seu afeto eterno que aquece a vida tocada por Cristo.
É algo semelhante ao encontro com Seus discípulos tristes e desanimados no caminho de Emaús, quando tiveram os seus corações esbraseados ao ouvirem o Senhor Jesus ressurrecto lhes expor a Palavra. A presença de Jesus no convívio, torna fervorosa a vida pessoal e ardoroso o banquete comunitário.
Em Laudicéia, Jesus Cristo permanece do lado de fora. É uma igreja cristã nominal. Talvez tenha no texto, esse contexto: Muitos, naquele dia, hão de dizer-me: Senhor, Senhor! Porventura, não temos nós profetizado em teu nome, e em teu nome não expelimos demônios, e em teu nome não fizemos muitos milagres? Então, lhes direi explicitamente: nunca vos conheci. Apartai-vos de mim, os que praticais a iniquidade. Mateus 7:22-23.
A igreja de méritos próprios rechaça a justiça da graça. É a grei sindicalista que grita por direitos e galardões. Vive muito bem pelos seus talentos pessoais, ao dizer que não precisar de coisa alguma, mantendo a porta fechada Àquele que ela se diz comprometida. Mas, não há o mínimo sinal do Senhor em seu convívio.
Mesmo assim, o Senhor de toda a graça não desiste dos eleitos, escolhidos antes da fundação do mundo. É o Conselho eterno agindo nos bastidores.
“No último dia, Cristo será responsável por todos os que lhe foram dados; portanto, não precisamos duvidar de que ele certamente empregará todos os poderes da sua Divindade para dar segurança e salvar a todos aqueles de quem deverá prestar contas," já dizia Thomas Brooks.
Toda a obra de Cristo é de eternidade a eternidade. Ele elege os Seus e chama os Seus eleitos para a salvação, sustentando em Sua vitória, o vencedor.
Ao vencedor, dar-lhe-ei sentar-se comigo no meu trono, assim como também eu venci e me sentei com meu Pai no seu trono. Apocalipse 3:21. Mas é preciso observar o que disse Ronald Dunn: “uma vida cristã vitoriosa não é uma qualidade superior de cristianismo reservada para a elite dos eleitos. É a vida cristã normal para todos os cristãos eleitos, garantida pela vitória de Cristo Jesus.”
Alguém já disse: “seremos controlados ou por Satanás, ou pelo eu, ou por Deus. O controle de Satanás é escravidão; o controle do eu é futilidade; o controle de Deus é a vitória de Cristo.” Não somos vencedores porque vencemos, somos mais que vencedores por meio dAquele que nos amou. Romanos 8:37.
A todas as igrejas o Senhor conclui com o mesmo refrão sintonizado à fé. Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas. Apocalipse 3:22.
O apóstolo Paulo descreveu, em Romanos 10:17, que a fé é o ouvir da Palavra de Cristo. Em 2 Tessalonicenses 3:2, ele diz que a fé não é de todos. Ele também afirma em Efésios 2:8 que a fé é um dom de Deus. Logo, só aqueles que pela graça receberam a fé, que tem em Jesus o Autor e o Executivo, podem ouvir tudo o que o Espírito diz às igrejas.
Laodicéia é a última igreja da história, na revelação do Apocalipse. Para ela não há a palavra de preservação quanto à parousia, isto é, ao retorno do Senhor. Entretanto, cabe aos escolhidos o mesmo pensamento de Agostinho: “Quem ama a vinda do Senhor não é aquele que afirma que ela ainda está distante nem aquele que diz que está perto. É aquele que, esteja distante ou próxima, aguarda-a com fé sincera, esperança firme e amor fervoroso.” Maranata! Ora, vem Senhor Jesus!
Evan Hopkins ilustrou: - o ferro é escuro, frio e duro. Na forja fica brilhante, quente e maleável. Se retirar da fornalha volta a ser, lentamente, o que era antes. Tudo o que somos depende de estarmos em Cristo. Se estivermos fora de Cristo ou Cristo fora da igreja, nada seremos senão ferro enferrujado: escuro, frio e duro. Agora, morno é o quente que foi resfriado pela era glacial do fim dos tempos.
Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas. Amém.
Glênio Fonseca Paranagua

UMA PESSOA CHEIA DE SI, NUNCA ESTA GRATA E JAMAIS SATISFEITA


CRISTO NO SALMO 91 - 16