terça-feira, 27 de dezembro de 2011

MIGALHAS QUE CAEM DA MESA

OS PARADOXOS NO NATAL

Que loucura! Um Deus de fraldas deitado numa cocheira é um absurdo completo para a minha mente metida a racional. O Criador do universo vestindo o manequim de um bebê torna-se um contra senso universal. Mas, a verdade nua é que Deus se encarnou num neném pelado e veio habitar humildemente como homem entre os homens soberbos.
Deus, agora, tem um endereço insignificante numa biboca qualquer deste mundo cheia de pedras, espinhos e cardos. Há um Salvador para a arrogância humana, dormindo sossegadamente numa estrebaria, sem qualquer visibilidade pública. O Deus encolhido, o Deus nenê desceu do céu para expandir o amor na terra dos ensimesmados. Parece que esse Deus infantil gosta mesmo e muito de gente topetuda e suja de barro.
O nascimento de Deus na raça de Adão é o paradoxo dos paradoxos. Mas, também, é a maior demonstração de afeto por uma espécie saturada de autossuficiência. Como é grandioso ver o Deus Soberano e Onipotente se importar profundamente com gente que não vê qualquer importância nele! Gente obesa de si mesma!
Vejo em Jesus de Nazaré a assinatura humana de Deus num título de resgate de uma conta impagável de presunção desta pseudo independência. Vejo nele o preço da redenção, sem pechincha nem descontos, para uma turma altiva que se acha acima do panteão, e que prefere construir a sua lamentável história à custa da demolição do planeta azul.
Quero, nesta pequena reflexão, fora de época, já que Cristo Jesus, com certeza, não nasceu no mês de dezembro, desejar que você perceba o Natal, não como uma festa de alguns presentes, mas, como a Festa de Alguém, muito especial, presente nas vidas dos indignos que o recebem, fazendo a diferença nos corações dos indiferentes.
Feliz Natal é uma pobre frase sem sentido, criada pelos admiradores de “ho, ho, ho”. Embora, feliz será sempre aquele que celebrar o Natal, 365 dias por ano. Curta, com alegria, este ano 2012 com Cristo habitando no seu casebre de barro. Ele mesmo financiará o seu contentamento a cada dia, apesar das tribulações. O Criador veio para ser submisso à criatura, e, deste modo, fazer o maior milagre na terra: conceder à cria orgulhosa a condição de depender do Criador, que se acocorou com uma bacia e uma toalha, a fim de lavar os pés de uma “turminha” soberba ao extremo, indo até a cruz para libertar os que se acham “super deuses”.
No amor da Casa do Pão. (De Belém, ao monte do Calvário, você será saciado em sua fome de significado neste banquete diário de Amor incondicional).  Glênio Fonseca Paranaguá e Família

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

VENCEDORES

"Quem é o que vence o mundo, senão aquele que crê ser Jesus o Filho de Deus?" (1 João 5:5 ARA)

  • Ainda que ao olhar ao nosso redor, o mundo seja cruel - e é.
  • Ainda que pareça que não se pode vencer o sistema.
  • Ainda que para cada um de nós hajam 20 incrédulos.
  • Ainda que sejamos perseguidos diariamente.
  • Ainda que pareça que estamos perdendo terreno.
  • Ainda que a igreja local não seja o que gostaríamos.
  • Ainda que nossos pastores não sejam perfeitos.
  • Ainda que não compreendamos tudo que Bíblia diz.
  • Ainda que haja desavenças entre nós, irmãos.
  • Ainda que o diabo seja um inimigo astuto e poderoso.
  • Ainda que, às vezes, nos sintamos esquecidos, abandonados.
  • Ainda que tudo pareça desmoronar ao seu redor.
AINDA ASSIM....
Ainda assim os vencedores não são os valorosos, ou os bem instruídos, ou os bem vestidos, ou os bem comportados, ou os que oram mais, ou os adoradores. A vitória que vence o mundo é a fé no Filho de Deus, na manifestação visível e encarnada do Deus Vivo e Eterno - Jesus de Nazaré, o Dono de toda autoridade no céu e na Terra, cujo nome foi exaltado acima de todo nome e diante do qual todo joelho se dobrará.
Não se deixe impressionar pelas adversidades, não deixe que as situações ditem a sua fé. Foco no alvo, foco no alvo, foco no alvo - e o alvo é Jesus Cristo.
Talvez esta devocional não faça muito sentido para você neste momento, mas posso assegurar que no meu momento de vida faz todo sentido. Ou Jesus será meu foco ou ficarei literalmente desnorteado. Eu   vencerei, creio nisso e não é frase de efeito. Junte-se a mim e vamos adorar àquele que venceu, mesmo em meio às nossas tempestades. Com fé, com firmeza, com clareza e com foco.
O mundo? O mundo passará, mas as Palavras Dele durarão para sempre. Vai apostar no eterno ou no passageiro?
"Pai, obrigado por abrir meus olhos para a vitória que o Senhor tem para cada um de nós mediante a fé no Teu filho. Fortalece-nos e ensina-nos a levar adiante nossa condição vitoriosa, para glória do Teu nome" Mário Fernandez

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

MIGALHAS QUE CAEM DA MESA

O GIGANTE GOLIAS E O COITADINHO DO MEFIBOSETE. 1
A história de Davi, o pastorzinho de ovelhas que virou rei de Israel, tem dois personagens curiosos em sua biografia. Um gigante, no prefácio, e um aleijadinho, na conclusão.
Os dois tipos são simbólicos e significativos. O primeiro é a representação daquilo que promove a nossa vanglória. Escalar os píncaros elevados é um obstáculo quase intransponível para quem deseja a vida simples e anônima. É complicado assentar-se num trono e ainda gozar o prazer de descansar num tamborete à sombra da invisibilidade pública.
A história dos grandes feitos requer uma narrativa heróica. Quando Davi venceu o gigante Golias, tornou-se um monstro sagrado para o seu povo. Daí para frente ele veio a cultivar e cultuar muitos aplausos, uma vez que os heróis normalmente são convertidos em ídolos das multidões ávidas por referência.
Nesta hora aparecem as tietes como fungos tóxicos, envenenando os rivais e causando, através da louvação, um verdadeiro esporão de arraia no íntimo dos invejosos.
O rei Saul foi vítima deste golpe ferino, quando as donzelas o compararam com aquele súdito pixote, aquele nanico; dando a Davi uma potência de dez vezes mais do que o rei. Foi aí que o seu reinado despencou morro a baixo.
O perigo do êxito é duplo: de um lado, a vaidade instigando a vanglória; do outro, a inveja instalando a sua perseguição e vingança astuta. O sucesso é uma sucessão de armadilhas ardilosas e sutis, por onde o orgulho financia a soberba, enquanto a inveja favorece a armação de uma arapuca para aprisionar o sujeito. De ambos os lados há conflitos gigantescos no íntimo da pessoa bem sucedida.
O meu gigante vanglorioso é um Drácula que suga o sangue na veia dos invejosos e ainda me deixa anêmico pela necessidade de reconhecimento da platéia. Se for admirado, acabo ficando pálido de tanto me admirar nesse espelho mágico, distante do sol da verdade.  E, se não sou visto, sofro com a hemorragia nas minhas entranhas.
Porém, há outro personagem tipológico que requer cuidados especiais. Davi foi genro do rei Saul, seu arquiinimigo invejoso, que o quis matar a todo custo. O rei o detestava, mas o seu cunhado, Jônatas, era o seu amigo preferido. Davi e Jônatas, filho de Saul, se amavam no meio de um fogo cruzado da artilharia brutal dessa guerra nacionalista.
A dinastia de Saul havia chegado a um beco sem saída. O fim da aristocracia de Benjamim foi quase ao extermínio total da família. Quando Davi assumiu o trono, apareceu um descendente de Saul, um serzinho manco nos escombros dos benjamitas. Era o pobre Mefibosete, um aleijadinho que havia caído do caminhão da mudança.
Agora, no cenário da psique, pode brotar a autocomiseração como o outro lado da velha moeda do orgulho. A doença da alma, via de regra, faz da bondade um negócio para compensar a culpa que por vezes esculpe uma chaga dolorosa do "Auto da Compadecida".
Mefibosete significa: "exterminando o ídolo". Qual era o ídolo? Também, temos uma figura que tipifica a operação da graça aos miseráveis. Observem que ele é um deficiente indigno que foi convidado a tomar parte como príncipe, em lugar de honra, na mesa real. Mas a sua conduta não é totalmente ingênua.
A semana que vem eu vou considerar algumas estripulias desse meu gênero coitadinho. O orgulho camuflado de autocompadecimento é muito mais ameaçador do que desfilar na passarela destilando a arrogância às golfadas. Tenho muito mais receio do meu modelito esguio do que dessa tampa de poço do meu ego obeso. Até a próxima. Glênio Fonseca Paranaguá