quarta-feira, 27 de agosto de 2014

IGREJA BOA PRA DIABO 3



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De nada serve trazer oferendas; tenho horror da fumaça dos sacrifícios. As luas novas, os sábados, as reuniões de culto, não posso suportar a presença do crime na festa religiosa. Isaías 1:13.
O Novo Testamento começa em sua forma escrita e em sua disposição canônica no Evangelho de Mateus. E, logo no inicio de sua leitura, fica no mínimo digno de nota o fato de que Deus não está onde o senso teológico comum e a grande maioria das pessoas diziam que ele estava. E o que é pior, a afirmação do endereço de Deus, não vinha apenas do inconsciente coletivo dos indoutos, mas como doutrina ensinada por aqueles que tinham o reconhecimento do povo, legitimidade religiosa, histórica e tradicional para fazê-lo.
Sendo assim, o lugar onde os líderes religiosos sacerdotais e os mestres da lei, diziam ser o lugar de adoração a Deus, de fato estava oco de Deus. Além do que, tal afirmação e ensino só poderiam ser feitos em desconsideração à palavra do próprio Deus por meio de seu profeta que dizia: “Eis o que diz o Senhor: O céu é meu trono, e a terra meu escabelo. Que casa poderíeis construir-me, que lugar poderíeis indicar-me para moradia? ” Isaías 66:1.
A evidência disto que estamos dizendo, passa pelo contexto dos Evangelhos e também pelo texto do capitulo 3 de Mateus, onde fica claro que a vibração das cordas vocais de Deus na história, demonstra o clamor de um Deus que está no deserto, e não no templo : “Porque este é o anunciado pelo profeta Isaías, que disse: Voz do que clama no deserto: Preparai o caminho do Senhor, endireitai as suas veredas”. Mateus 3:3. Com esta profecia de Isaias citada por Mateus, no que concerne a João Batista, fica evidente que o clamor de Deus tem outro endereço.
Outra característica interessante do que estamos afirmando está no fato de que, assim como a liderança religiosa do tempo de Jesus se esforça para matá-lo, na tentativa de manter o mundo de mentira intacto, no que se refere às denúncias de João Batista e do testemunho de Jesus, que manifestavam a inutilidade do templo como mediador dos relacionamentos com o divino (Derribai este templo.), podemos perceber que hoje em dia não é diferente.
Por esta razão, da mesma forma como ocorreu com João batista e Jesus Cristo, os profetas de hoje que forem fiéis à pregação do Cristo crucificado, trarão consigo o odor dos hereges sob as ventas da grande maioria das pessoas que se dizem cristãs em nossos dias. Ao passo que encaixotar Deus, e transformá-lo em um ídolo ou em um deusinho pagão parece piedade, exalando bom perfume que serve para esconder o mau cheiro do velho homem – enquanto se esconde atrás das moitas e das tangas de sua religião.
Nas mentes daqueles que não sofreram a metanóia da cruz – experiência pela qual os valores deste mundo são substituídos pelos valores do reino de Deus – chamar um demônio de Jesus é perfeitamente possível, adorar e servir a criatura ao invés do criador é o que lota o templo e traz resultado. O que importa é o que parece ser.
Somente mediante a operação do Espírito da Cruz em nós, os nossos olhos são de fato abertos para ver o invisível (O reino de Deus), tornando não só possível, mas extremamente óbvio, ao buscar ouvir a voz de Deus no deserto silencioso do espírito, ao invés de buscá-lo no luxo dos templos abarrotados e barulhentos, como sugere toda a história das religiões até os nossos dias, inclusive a cristã.
Sim, o deserto como representatividade se une à rude Cruz. Pois, o luxo dos templos e o Cristo crucificado se opõem em tudo, e isto fica evidente nos Evangelhos. Mas, o que estamos falando aqui não pode, de forma alguma, ser reduzido às geografias. Não estamos querendo reeditar a controvérsia proposta pela mulher samaritana de João 4, sobre o lugar em que se deve adorar a Deus. “Nossos pais adoraram neste monte, e vós dizeis que é em Jerusalém o lugar onde se deve adorar”. João 4:20.
Outra questão que não está em foco aqui é o desencorajamento à freqüência das pessoas aos locais de reunião da igreja.
 Isto favorece os encontros, os conselhos, os jantares mais íntimos durante a semana, além de facilitar a catalisação de recursos, dons, vocações, de um modo a tornar mais efetivo o impacto da igreja no mundo. Pensar de modo diferente é contrariar a palavra de Deus que diz: “Não deixando a nossa congregação, como é costume de alguns, antes admoestando-nos uns aos outros; e tanto mais, quanto vedes que se vai aproximando aquele dia”. Hebreus 10:25.
O que estamos querendo chamar a atenção aqui tem a haver com o discernimento para o qual o Apóstolo João já havia nos alertado. “Amados, não creiais a todo o espírito, mas provai se os espíritos são de Deus, porque já muitos falsos profetas se têm levantado no mundo”. 1 João 4:1. Sim, precisamos discernir sob qual espírito estamos nos reunindo, e qual o espírito que está por trás desta oposição, que resiste continuamente ao vinho novo.
Esse tal espírito, quer fazer de Deus um ídolo, quer fazer da relação com Deus uma religião e da adoração a Deus um rito; enquanto que, o Espírito do Evangelho nos apresenta Deus como uma pessoa, e nos põe numa relação com um Deus que é Pai, cuja relação faz com que a vida seja adoração. E isto, em suas expressões mais simples, sendo vivida em amor, liberdade e verdade.“Portanto, quer comais quer bebais, ou façais outra qualquer coisa, fazei tudo para glória de Deus”. 1 Coríntios 10:31.
A identidade deste espírito que é contrario a Cristo, o anticristo, fica exposta quando observamos sua luta, não propriamente dito seu discurso.
Pois seu discurso, muitas vezes é usado para enganar ouvidos desatentos. Precisamos dedicar nossa atenção e verificarmos a favor de quem ele milita e contra quem ele faz guerra. Isto nós podemos perceber se fizermos estas perguntas para o texto de Mateus 16:22.
Podemos perceber claramente a oposição deste espírito à determinação de Jesus em ser o Cristo, por sua relação inevitável com a Cruz.“E Pedro, tomando-o de parte, começou a repreendê-lo”. Mateus 16:22a . Porém, o outro lado de sua atuação se manifesta em ser extremamente favorável a Jesus, pois se opõe à crucificação do homem. “Senhor, tem compaixão de ti; de modo nenhum te acontecerá isso”. Mateus 16:22.
Como fica evidente pelos textos bíblicos acima, o espírito que cogita das coisas dos homens é o mesmo que repreende na face qualquer um que venha no Espírito do Deus crucificado. Desta forma, todo espírito que quer o bem do velho homem, que cria ambientes religiosos para o velho homem se sentir bem e buscar seus interesses egoístas, evitando a todo custo a cruz, fica assim flagrante para todos que esta é a religião do anticristo. E a todos que foram alcançados pela Graça de Deus, resta apenas uma fala. “Afasta-te, Satanás! Tu és para mim um escândalo; teus pensamentos não são de Deus, mas dos homens!” Mateus 16:23b.
Mas, qual a razão da resistência ferrenha deste espírito a Cristo que, somada à nossa indolência, é capaz de transformar Evangelho em religião, como Paulo já havia manifestado temor? “Mas temo que, assim como a serpente enganou a Eva com a sua astúcia, assim também sejam de alguma sorte corrompidos os vossos entendimentos e se apartem da simplicidade e da pureza que há em Cristo”.2 Coríntios 11:3.
A razão é simples: o Evangelho transforma em ruína toda edificação da religião, seu significado se torna nada.
Toda estrutura carcerária babilônica cai por terra, deixando os demônios sem teto e sem escravos. O Evangelho transforma pessoas antes aprisionadas em sistemas religiosos que usurpam o nome de Deus, em pessoas livres para serem de fato catedrais de Deus, quando reunidas em duas, ou mais. “E ele clamou com voz forte, dizendo: Caiu, caiu a grande Babilônia, e se tornou morada de demônios, e guarida de todo espírito imundo, e guarida de toda ave imunda e detestável.” Apocalipse 18:2.
O que precisamos entender é que Cristo não veio inaugurar a religião correta, Ele veio nos dar vida.“Eu vim para que tenham vida, e a tenham com abundância. João 10:10b. Ele não verteu Seu sangue para nos fazer religiosos, batistas, presbiterianos ou católicos. Ele veio para nos fazer filhos de Deus. “Para remir os que estavam debaixo da lei, a fim de recebermos a adoção de filhos. E, porque sois filhos, Deus enviou aos vossos corações o Espírito de seu Filho, que clama: Aba, Pai.Assim que já não és mais servo, mas filho; e, se és filho, és também herdeiro de Deus por Cristo”. Gálatas 4:5-7.
Precisamos ter a revelação de que a fé cristã, não é a evolução da religião judaica ou qualquer outra religião. Antes, a fé cristã é o fim de todas as religiões. “Porque em Cristo Jesus nem a circuncisão, nem a incircuncisão tem virtude alguma, mas sim o ser uma nova criatura”. Gálatas 6:15. No Evangelho nada é nada. Pertencer a uma religião e não pertencer, ser circuncidado ou não ser é exatamente a mesma coisa. O que importa de fato, é se estamos em Cristo, se nascemos de novo, se somos novas criaturas.
Que o Pai nos dê a coragem de sermos uma igreja comprometida com o Evangelho da Graça de Deus, da Cruz de Cristo, que acata com amor a verdade e que anuncia em todo tempo e em todo lugar, “as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz”; 1 Pedro 2:9b. E que o Senhor nos livre de sermos uma igreja que pensa ou cogita das coisas dos homens, pois este é o modelo de igreja do qual o diabo se agrada. Alexandre de Oliveira Chaves

A CORAGEM DE SER 2