sexta-feira, 27 de setembro de 2013

INVEJA

odio
Por estes dias, enquanto conversava com um amigo muito querido no carro, Pr. Ariovaldo Ramos, uma frase dele me chamou a atenção. Disse ele em tom de desabafo:
-Eu estou cansado da maldade evangélica.
Comecei a pensar nesta fala do Ari e realmente comecei a discernir o quanto isto é cansativo.
No mundo estamos entregues a uma guerra o tempo todo, as pessoas se veem como um competidor em potencial. Sentimo-nos ameaçados por aqueles que mesmo nos tratando cordialmente desejam nosso lugar na empresa, nossa vaga na faculdade, nosso lugar no concurso publico, etc. O mundo vive um estado de competitividade absurdo: algo que até tem causado doenças emocionais terríveis em muitas pessoas em virtude desta pressão. Porém na esfera secular, governada pelo espírito do anticristo, sabemos que é assim que funciona.
O mundo é um imenso e árido Saara, como projeção da aridez da alma humana sem Deus. Esta aridez não é necessariamente a falta de recursos e água do ponto de vista externo, antes, aponta para o interior humano que depois da queda tornou-se em um estado de sequidão tal que, mesmo na possibilidade de sorver o mundo todo, jamais conseguiria aplacar a sua sede ou encontrar contentamento. Isto é o que disse o teólogo e filosofo católico nascido no final do século XIX, o britânico G. K. Chesterton, em seu livro O Homem Eterno:
Se nada neste mundo consegue trazer contentamento ao homem, a única conclusão lógica que chego é que o homem não é deste mundo.
A aridez do homem sem Deus, onde nada é capaz de satisfazê-lo, é que transforma um mundo lindo, rico e exuberante como o nosso em um Saara. Quando tentamos encontrar a razão, a força que é capaz de transformar o céu num inferno, por incrível que pareça, somos transportados para regiões celestes das pedras afogueadas, nada mais, nada menos que o Monte Santo de Deus. Pois é lá que encontramos uma criatura tão exuberante que foi chamada de sinete da perfeição ou, como diz uma tradução católica, “o selo da semelhança de Deus”. De tanto se contemplar e se admirar pôde perceber que era incomparável a menos que olhasse para cima, para o trono de Deus e, por esta razão, acabou por desejá-lo.
Neste momento a maldade se instala como uma possibilidade. A comparação entre o que sou e aquilo que é mais elevado do que eu deixa-me apenas duas possibilidades no caso de ser Deus, que se eleva sobre mim e sobre tudo. Em primeiro lugar adorá-lo, por ser incomparável: o totalmente outro como gostava de enfatizar Karl Barth. Em segundo lugar me rebelar contra Ele na tentativa de usurpar seu trono. A isto damos o nome de inveja.
A inveja é isto. Seu poder corrosivo e destrutivo é incomparável, a força maligna capaz de transformar anjos em demônios e seres humanos em diabos. Não importa quanta glória Deus lhe conceda, se a inveja lhe pegar ela transformará toda essa glória em nada. A única coisa que importara é o impossível de ser o que não se é. Lançando suas vitimas num lamaçal de imitação barata, de mentira e de maldade, pois não a limites para o invejoso, ao passo em que caminha, sua associação com a maldade se transforma em identificação com o mau, de tal maneira que o ser vira o diabo e nem percebe. Alexandre De Oliveira Chaves.

quinta-feira, 12 de setembro de 2013

A MALDIÇÃO DO EVANGELHO GENÉRICO

Remédios Genéricos são Confiáveis igual Original - 1 - 30jul13

Não anulo a graça de Deus; pois, se a justiça é mediante a lei, segue-se que Cristo morreu em vão.
Gálatas 2:21
Quando olhamos para o texto de Paulo na sua carta aos Gálatas, podemos identificar duas realidades completamente distintas, coexistindo numa situação onde uma persegue e a outra é perseguida. “Mas, como então o que nasceu segundo a carne perseguia o que nasceu segundo o Espírito, assim é também agora.” Gálatas 4:29. Esta perseguição se dá justamente pelo fato daqueles que são contados como filhos da escrava não admitirem a liberdade dos filhos de Deus em Cristo Jesus. E também, não conseguem usufruir da liberdade dos filhos de Deus, justamente por não admitirem que são escravos.
Escravos da glória humana, da opinião alheia, do ego, do pecado, do sucesso pessoal, e por não se entenderem assim, escravos, não conseguem se arrepender e clamar a Deus misericórdia para que possam ser libertos. Não admitem que precisam morrer e nascer de novo, pois como Nicodemos são pessoas que possuem pedigree, e um conceito elevadíssimo de si mesmo, são apegadas ao seu padrão moral e extremamente meritosas.
Podem até admitir que são pecadores, pois isso faz parte do clichê religioso, mas não pecadores como os demais. “… Ó Deus graças te dou porque não sou como os demais homens…” Lucas 18:11. São pecadores, mas como fazem muitas obras externas de justiça humana, criam um mecanismo de compensação, baseado na justiça própria, que para Deus não passa de trapo de imundícia, como esta escrito:
filthy-rags
“Mas todos nós somos como o imundo, e todos os nossos atos de justiça, como trapo de imundícia; todos nós murchamos como a folha, e as nossa iniquidades como vento nos arrebatam.” 
Para as pessoas que tiveram a revelação dada pelo Espírito, de que são como a descrição feita pelo profeta Isaías, não existe outro lugar no universo que elas desejam estar, a não ser na graça de Deus manifestada em Cristo, não existe outro caminho a não ser Cristo e não existe outro motivo pelo qual eles possam ser aceitos por Deus senão o sangue do Cordeiro Santo que foi vertido na cruz que os purifica de todo o pecado.
Os que se vêem de outra maneira, nunca chegam ao arrependimento para serem libertos por Cristo, a ponto de clamarem Sua graça e misericórdia, aliás, a graça é muito mal compreendida por eles, visto que suas qualidades os impede de aceitá-la de maneira plena. A graça é para estes, um opcional, como um carro que você escolhe com ar ou sem ar condicionado, ou seja, é algo que você pode usar para lhe dar algum conforto, mas na falta deste opcional dá para viver muito bem sem. Além do que, a graça não teria grande valor se não fossem suas qualidades e habilidades pessoais, sem as quais o reino de Deus estaria em grandes apuros.
Com relação à misericórdia, são como aquele homem descrito em Mateus capítulo 18, gosta dela para si, mas são resistentes em usá-la para o próximo. “E o senhor daquele servo, compadecendo-se, mandou-o embora e perdoou-lhe a divida. Saindo, porém aquele servo, encontrou um dos seus conservos que lhe devia cem denários; e agarrando-o, o sufocava, dizendo: Paga-me o que me deves.” Mateus 18: 27 e 28. Praticam a leitura das escrituras, fazem orações, jejuns, assim como o fariseu no templo descrito em Lucas 18 , mas não conseguem admitir a verdade a respeito de si mesmos, e nem crer na suficiência de Cristo, são aqueles “que aprendem sempre, mas nunca podem chegar ao conhecimento da verdade”. 2 Timóteo 3:7 Portanto não podem ser libertos.
Sabemos que nada é tão difícil para a mente humana compreender, quanto o conceito de graça. Vivemos numa sociedade sem graça, onde a coisa mais digna e valorosa que existe é o mérito. As pessoas podem até concordarem em receber algo que não lhes custou nada, como meio de obter vantagem ou ser suprido em uma necessidade. Porém isto jamais terá o mesmo valor de algo que ela tenha conquistado por meio de seus esforços e méritos.
É este o motivo pelo qual a graça é tão atacada, ela ofende o mérito, e nos coloca numa situação de falência total e dependência de Deus. E isto, para o ser humano caído, com seu ego estratosférico, com seu desejo de ser maior do que os demais, ser melhor do que todos e de ser tido como extremamente distinto e capaz, é indesejável, pois implica em admitir sua total falência e fraqueza diante de si e diante de Deus. 
 Além do que, este estado em que se encontra, o faz querer ser como Deus, porém maior, melhor e mais distinto e capaz do que Ele. “…Como Deus sereis…” Gênesis 3:5. Quando falamos da sociedade humana caída, ou da maneira de ser do mundo, este, o mundo, não vê nada de mal nisto. Pois nas relações sociais, funciona assim, nela você tem que ser o melhor, o mais capaz, o número 1 em tudo o que faz. O problema se dá, quando este conceito vem fazer parte das ações e relações da igreja, pois o mundo, como sistema, e o reino de Deus, são duas coisas antagônicas.
Por serem duas realidades contrárias, deu-se o fato de terem crucificado a Cristo, pois Ele, ao viver a realidade do reino de Deus, de misericórdia e graça, expunha esta estrutura maligna do mundo. Sendo assim, fica incompatível aos discípulos de Cristo, viver a realidade do reino de Deus hoje, baseado na graça e na misericórdia, sem ser odiado pelo mundo, por isso as escrituras nos dizem:
Cópia de igreja-perseguida.23
Como pode então, estas duas realidades tão distintas, coexistirem dentro de uma só estrutura? Poderíamos evocar muitas razões externas para explicar este fenômeno, como por exemplo, o fato da igreja de Cristo ser um organismo inclusivo, aberto a todos. Mas a realidade que proporciona isto acontecer é interna. O mundo não é mau em si mesmo, “Viu Deus tudo o que tinha feito, e que era muito bom…” Gênesis 1:31ª.
O problema é o pecado que entrou no homem, e por intermédio do homem entrou no mundo. Esta estrutura pecadora interna que nos leva a querer ser como Deus, e a nos ofender com sua graça, a não reconhecer que somos criaturas dependentes e carentes da graça e misericórdia divina. Que nos leva a competir entre nós, para saber quem será o maior, e somos então confrontados pelo reino de Deus que foi chego a nós na pessoa de Cristo Jesus, aquele que tem todo o poder e glória, mas que se esvazia para ser servos de todos, e nos ensina, “O maior dentre vós, será vosso servo”. Mateus 23:11. Este é o nosso problema, o nosso pecado, o desejo de querer ser grande.
Paulo logo no começo de sua carta demonstra toda a sua perplexidade,
” Admira-me que tão depressa estejais passando daquele que vos chamou na graça de Cristo para outro evangelho.”
Gálatas 1:6.
Surge então, diante desta afirmação de Paulo, a maneira pela qual torna-se possível a prática da coexistência entre essas duas realidades acima citadas, ainda que em eterna oposição, ou seja, a criação de outro evangelho.Um evangelho híbrido, que mistura velha aliança e nova aliança, onde Cristo e sua obra são insuficientes, onde a cruz é um escândalo e a graça é apenas uma palavra.
Surge por meio dos halterofilistas da fé, daqueles que se julgam super crentes, os quais não são como o apóstolo Paulo que foi ensinado por Deus a se gloriar na sua fraqueza para que nele habitasse o poder de Deus (2 Coríntios 12). Para estes amantes da religião, o mais importante é a doutrina, mas para o evangelho trazido por Cristo, o mais importante é a vida e as pessoas (Marcos 2:27). Para os defensores da religião, a existência é gasta a partir do que é certo ou errado, vivem ainda pela árvore do conhecimento do bem e do mal. Mas para os que foram libertos em Cristo, para aqueles que morreram em Cristo, a única vida que importa é aquela que brota da comunhão com o Cristo ressurreto.
Este outro evangelho surge com a desculpa de que, aqueles que foram libertos em Cristo não saberão viver em liberdade, por isso se faz necessário a escravidão da lei. Desconhecem o amor incondicional de Deus, por isso tentam comprá-lo, desconfiam daquele que começou a boa obra em nós, julgando que Ele não é fiel para completá-la (Filipenses 1: 6), e que aqueles que foram alvos da graça a usarão para pecar. Os que assim fazem, desconhecem a graça, a já não resta mais sacrifício pelo pecado (Hebreus 10: 26). Mas para aqueles que morreram em Cristo e que ressuscitaram em Cristo para uma nova vida, que libertos do pecado e da lei, foram feitos escravos da justiça (Romanos 6:17 e 18) as escrituras nos ensinam: “Para a liberdade foi que Cristo nos libertou. Permanecei, pois, firmes e não submetais, de novo, a julgo de escravidão. Eu, Paulo, vos digo que, se vos deixardes circuncidar, Cristo de nada vos aproveitará. De novo testifico a todo homem que se deixa circuncidar que esta obrigado a guardar toda lei. De Cristo vos desligastes,vós que procurais justificar-vos na lei; da graça decaístes.” Gálatas 5:1-4. 
Alexandre de Oliveira Chaves

segunda-feira, 9 de setembro de 2013

DESCONSTRUINDO A RELIGIÃO -- 21


PROGRAMA CRISTO EM MIM.COM VOCÊ - 27


ORANDO COMO CONVÉM - PRIORIDADE

"todavia apenas uma é necessária. Maria escolheu a boa parte, e esta não lhe será tirada"." (Lucas 10:42)

Hoje sou um homem casado, pai de dois filhos adolescentes, no meio do caminho entre os 40 e os 50, envolvido com negócios de informática, envolvido com ministérios na igreja local... Nem sempre foi assim, já fui um jovem desfocado e sem rumo, como tantos ou talvez todos. O que mudou minha vida foi aprender o significado de prioridade.
Algumas pessoas, às vezes, por simpatizarem comigo, me perguntam como levo minha vida. Invariavelmente, ao responder eu incluo uma declaração de que o Reino de Deus tem prioridade, através de meu relacionamento íntimo com o Senhor do Reino. Para glória de Deus e pela misericórdia Dele, isso é verdade. Meu querido, sem dar prioridade, não adianta.
Orar duas horas por dia cambaleando de sono no ônibus, ou ler a Bíblia diariamente por obrigação, ou simplesmente dar suas ofertas para ser visto, ou apenas cumprir agenda indo à reuniões, ou evangelizar para participar de algum "campeonato" de quem ganha mais... Isso não é dar prioridade.
Devemos aprender que dar prioridade é colocar em primeiro lugar, portanto Deus merece o melhor do nosso vigor. Devemos orar no horário mais produtivo do dia. Devemos ler a Bíblia no horário de maior atenção e retenção do que lemos. Devemos jejuar no horário de mais fome. Certa vez, muitos anos atras, fui a um cardiologista por que o colesterol estava meio alto. Ele peguntou se eu me exercitava e eu fiz a besteira de dizer que não tinha tempo. Ele imediatamente me declarou "ok, se infartar vai ter tempo".
Meu querido, não espere sua alma ou seu espírito infartar para dar prioridade ao Reino de Deus. Orar como convém é orar com o melhor de si, no melhor horário. Se na madrugada o sono te vence, trabalhe de madrugada e ore de dia. Se a leitura cansa e dá sono, leia ao invés de almoçar. Priorize o Deus do Reino e descubra rapidamente o que me custou muitos anos: prioridade não as são palavras mas a atitude de colocar em primeiro lugar.
"Senhor, ajuda-me a colocar o relacionamento contigo em primeiro lugar, especialmente a oração. Me fortalece para que eu encontre formas de dar o melhor de mim quando estiver orando."
Mário Fernandez

sexta-feira, 6 de setembro de 2013

roof on fire
(continuação…)
Creio que o fogo da provação tem como objetivo a nossa confiança na suficiência de Cristo. Não é o sofrimento em si que entra em jogo. Todo teste espiritual tem em vista o quanto nós confiamos nAquele que não é visto na arena. A questão que está aqui sendo avaliada é o poder da autoconfiança ou a confiança no Poder do alto.
Confiar em Deus quando tudo está correndo às mil maravilhas parece fácil, mas confiar quando só temos fumaça no pedaço fica muito difícil. É complicado crer em Deus quando estamos fazendo rescaldo no meio do borralho e sujos de carvão. A teologia da prosperidade, por exemplo, tira o valor da providência Divina do centro da fornalha. Que revelação extraordinária da presença de Deus tiveram os amigos de Daniel!
Estar alegre no palácio real participando no banquete do rei parece muito natural. É fácil soltar foguetes quando o nosso time se torna o campeão da liga. A coisa engrossa quando temos que fazer festa no barraco em chamas e celebrar a derrota com bom ânimo e bem humorados. Agora entramos num espaço sobrenatural.
O velho Adão nunca compartilha desta identidade dos filhos da madrugada. Só a turma da ressurreição pode demonstrar este novo estilo de vida: alegrem-se à medida que participam dos sofrimentos de Cristo, para que também, quando a sua glória for revelada, vocês exultem com uma alegria ainda maior. 1 Pedro 4:13.
Confiar que Deus está cuidando de nós, somente quando tudo vai dando certo, é uma total alucinação de nossa personalidade ególatra. É teomania vazando pelos nossos poros. Por isso, o fogo deve ser ateado para nos provar em nossas entranhas, e, deste modo, nos testar, para ver se somos realmente legítimos ou falsos.
A nossa falência total nos habilita à dependência absoluta de Deus. No reino da graça é a fraqueza que nos põe no pódio. Quando eu sou totalmente impotente é que sou todo poderoso, pois, neste caso, posso depender da Onipotência Divina. Quando chegamos ao fim de nós mesmos, das nossas possibilidades, chegamos ao vale mais profundo de nossa condição humana, onde, também, podemos ser preenchidos com a plenitude da suficiência de Cristo como o nosso tudo.
A cruz tem como uma de suas tarefas nos levar ao fim de nós mesmos, nos conduzindo ao quebrantamento; enquanto o fogo que surge em nosso meio visa provar a nossa confissão de fé com a obra da cruz. Quando confessamos a nossa crucificação com Cristo e Ele como a nossa vida, então o fogo aparece escaldante para apurar a prata. A confissão exige comprovação e as torturas autenticam a experiência da fé.
O apóstolo vai um pouco mais longe, quando diz: Se vocês são insultados por causa do nome de Cristo, felizes são vocês, pois o Espírito da glória, o Espírito de Deus, repousa sobre vocês. 1 Pedro 4:14.
O índice da felicidade cristã é identificado pelo bom humor dos atribulados. Os cânticos na prisão e os aleluias no tronco evidenciam o nível de libertação que os eleitos pela graça têm alcançado. Felizes são os que dançam na pista atapetada por brasas vivas e celebram à Trindade em tempos de holocausto.
Aqui está uma palavra confirmada pelo fogo. A vida no altar é uma biografia marcada por sacrifícios de louvor. Deus só aceita esses sacrifícios quando tudo estiver tostado. O holocausto aponta sempre para a vítima toda carbonizada. O fogo no altar consome a carne e a gordura, enquanto o suave cheiro sobe como aroma agradável diante do Senhor.
Que as palavras da minha boca e a meditação do meu coração sejam agradáveis a ti, Senhor, minha Rocha e meu Resgatador!
Salmos 19:14.
Para aqueles que foram resgatados pelo Cordeiro de Deus e retornaram da rebelião cósmica, não há opção: ou eles cantam no coral dos redimidos ou dançam na companhia de ballet dos restaurados. Assim, eles cantam e encantam com a postura de alforriados, pois sabem: mesmo que a tristeza possa persistir durante a noite, pela manhã renasce exultante a alegria. Salmo 30:5b. (PA).
Os filhos da ressurreição, chamuscados pelo fogo, exalam um perfume agradável no seu discurso sem vitimismo, nem acusações. Eles falam as palavras de esperança ungidas com o orvalho da madrugada, gerando vida e alento nos que as ouvem. Nunca vi uma pessoa provada pelo fogo que fosse incendiária. Quem sofre por causa do evangelho nunca se apresenta como um causador de sofrimento alheio.
Todos os provados e aprovados pelo fogo são bombeiros graciosos em potencial a serviço do Cordeiro, em benefício dos afligidos pelas chamas. Se você estiver sendo carbonizado é porque será usado como instrumento da graça em favor dos atormentados deste mundo de tantos incêndios.
Glória ao Pai pelo tratamento do fogo purificador. Quando somos acrisolados é porque estamos sendo preparados para um uso sagrado de maior intimidade com Aquele que se revela como o fogo consumidor. Por isso, recebendo nós um reino inabalável, retenhamos a graça, pela qual sirvamos a Deus de modo agradável, com reverência e santo temor; porque o nosso Deus é fogo consumidor. Hebreus 12:28-29.
Velho mendigo do vale, Glenio

terça-feira, 3 de setembro de 2013

PROVADOS PELO FOGO

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Amados, não se surpreendam com o fogo que surge entre vocês para os provar, como se algo estranho lhes estivesse acontecendo. 1Pedro 4:12 NVI.
A vida cristã não é um convescote, isto é, um piquenique em final de semana. Não se trata de uma colônia de férias, nem de uma viagem de turismo. Apesar da paz interior imensurável, fruto da justificação pela graça, a fé cristã aponta para uma jornada em meio a uma grande turbulência externa. Há tribulação e provas em todas as estradas.
A vocação de Cristo nos convoca para uma vivência de contradições. Temos paz, sim, mas vivemos em guerra, o tempo todo. Somos amados pelo nosso Pai, embora os inimigos de Cristo não nos deixem sossegar com o seu ódio velado ou em chamas.
Nem um cristão autêntico encontra-se isento das labaredas da perseguição. Aliás, uma das evidências da legitimidade da fé cristã é a fogueira, ora com brasas ardentes, ora inflamada pelo fogaréu desvairado das vaidades. E, nesse caso, o calor das emoções vaidosas é mais cruel do que a quentura do fogo, além do que, dura muito mais tempo e faz as suas vítimas padecerem lentamente chamuscadas pelo “pavio curto”.
A temporada das fogueiras abrasadoras na história da igreja foi uma época truculenta em que os filhos de Deus foram incinerados enquanto alumiavam como lamparinas nos pátios de execução. Foram incendiados como tochas vivas manifestando a luz radiante que habitava em seus corações inflamados de amor. Ainda hoje, em alguns lugares deste mundo tenebroso, temos cenas horrorosas como estas do inferno de Dante.
Sei que esta tortura é atroz. Contudo, há no meio da congregação do povo de Deus, uma turma desapiedada que costuma atear o fogo das paixões para azucrinar as entranhas da vida comunitária. Foi neste sentido que Pedro se referiu ao fogacho.
Mas esse braseiro tem uma finalidade muito especial: provar. Para uma pessoa ser aprovada na fé é preciso ser provada pelo fogo. A própria Palavra de Deus foi também purificada pelo fogo.
As palavras do SENHOR são palavras puras, prata refinada em cadinho de barro, depurada sete vezes. Salmos 12:6.
A fé é um dom gracioso desta Palavra purificada pelo fogo. Quando recebemos, pela graça, a Palavra de Deus, a fé vem junto. O Verbo que se encarnou, acaba encarnando, através dos ouvidos que O ouvem, a vida que nasceu da tumba. E, consequentemente, a fé surge como expressão real, mas subjetiva, dessa obra plena do Deus-homem. Ela é uma evidência implícita da vida de Cristo em nosso novo ser.
Ninguém nasce nesse mundo portando fé no seu currículo. A fé é uma dádiva divina, nunca, jamais um atributo natural do velho Adão. Todavia, ela precisa ser testada, uma vez recebida, para que possamos saber se, de fato, essa é a fidis Dei ou é a feérica abusiva produzida pela fidúcia de um fedelho arrogante qualquer que se propõe a ser fecundo neste assunto da invisibilidade fenomenológica.
Isto quer dizer que o terreno da fé sai dos limites tridimensionais do campo material e vai para o nível do invisível. A fé é uma visão que nunca pode ser vista pelo cego que anda na escuridão da meia noite contemplando a aurora que ainda não surgiu.
Segundo as Escrituras, podemos defini-la assim: Ora, a fé é a certeza de coisas que se esperam, a convicção de fatos que se não veem. Hebreus 11:1. Ela é uma esperança, logo, é imperceptível do ponto de vista sensório, pois esperança constatada não pode ser esperada. É uma visão cega ou uma certeza invisível. Contudo, precisa ser provada e o fogo ardente é um laboratório de comprovação.
A confiança requer testes de autenticidade. A pessoa dizer que crê em Cristo é uma declaração muito importante, todavia, deve ser confirmada. Nem todo aquele que diz ser Cristo o seu Salvador é, de fato, verdadeiro crente. Se não passar primeiro pelo controle de qualidade, fica difícil afirmar que se trata de um filho de Abba.
O escritor de Provérbios faz uma analogia muito interessante: O crisol prova a prata, e o forno, o ouro; mas aos corações prova o SENHOR. Provérbios 17:3. Será que isso aqui tem alguma relação com o fogo que surge no meio de nós para nos provar?
A têmpera do caráter cristão é forjada nas altas temperaturas. As fogueiras das aflições são atiçadas pelo Acrisolador Divino a fim de promover a purificação de suas joias eternas. Quando estamos sendo depurados e reagimos com gemidos e lamúrias é prova incontestável de que ainda não passamos no teste de qualidade.
Para nos aprovar em sua comunhão permanente, o Pai providencia os meios necessários para que os acendedores de lareira aqueçam o ambiente ao máximo com as chamas ardentes das aflições, até que nós possamos confiar somente nEle como a última razão do nosso conforto e descanso espiritual.
O culto dos aprovados começa na fornalha super aquecida. Os três amigos de Daniel passaram no vestibular da adoração em meio as labaredas à sétima potência. Foi neste ambiente hostil que eles se perceberam confiantes nAquele que sempre saneia o nosso coração cheio de direitos e repleto de exigências pessoais.
Velho mendigo do vale, Glenio.

segunda-feira, 2 de setembro de 2013

O ESPIRITO DA CRUZ

Quanto ao mais, ninguém me moleste; porque eu trago no corpo as marcas de Jesus. Gálatas 6:17
A Cruz não é somente um fato, não é apenas um caminho, a Cruz é um estilo de vida. Nós morremos com Cristo. Houve uma unidade experimental com Cristo em Sua morte e ressurreição.
As duas grandes verdades reveladas na Cruz de Cristo: a primeira é que ela é um fato histórico. Isto é, a verdade quanto à morte no sentido Judicial. A segunda grande verdade é que, o fato histórico, tem que se tornar uma verdade “em nós”.
Quando realmente nascemos de novo a Cruz se tornará o nosso estilo de vida. Podemos assim chamá-lo de espírito da Cruz. É mais do que simplesmente um “entendimento” é um modo de vida.
O espírito da Cruz torna-se uma vida, um princípio de vida para todas as nossas ações e reações que nos marcam como um povo separado por Deus. Este é o espírito da Cruz.
O nosso Senhor Jesus é chamado “Cordeiro morto desde a fundação do mundo” (Ap 13:8). Quando esteve aqui foi chamado Cordeiro de Deus e, como tal, foi sacrificado por nós.
O fato de Jesus ter sido chamado o Cordeiro morto desde a fundação do mundo, significa que o principio do Espírito da Cruz já operava Nele. Por isso, aquele que segue o Cordeiro também leva essa marca.
O apóstolo Paulo trazia em seu corpo as marcas de Jesus. Talvez tenhamos um vasto conhecimento sobre a Cruz. Talvez estejamos cheios de conceitos acerca da vida cristã. Talvez nos achemos aptos para falar da Cruz. Mas, a vida cristã não é definida pelo vasto conhecimento que temos dela.
A vida cristã caracteriza o povo da Cruz. Isto é, pessoas que carregam as marcas ou possuem o espírito da Cruz. Ou seja, o Espírito do Cordeiro conosco no dia-a-dia, não importando o quanto somos ofendidos.
Na prática o que significa ter o Espírito de Cordeiro? Podemos recorrer às reações do nosso Senhor Jesus no período em que Ele permaneceu naquela Cruz. Através delas podemos entender algo a respeito do que é o espírito da Cruz.
Ele estava sendo pregado e levantado naquela Cruz para morrer. A primeira reação foi: Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem. Lucas:23:34. Considere o momento que o Senhor Jesus estava enfrentando.
Pense naquelas circunstâncias. Os homens ridicularizaram, zombaram, desafiaram e riram Dele. Jesus tinha todo o direito de pedir ao Pai vingança, mas não o fez. Não havia rancor nem amargura no coração Dele. O que havia em seu coração era amor.
Entre o povo de Deus, em inúmeras oportunidades, nos sentimos ofendidos por alguém. Quando isso ocorre, o que fazemos? Reagimos com um espírito de clamor por vingança? Ou, pedimos ao Pai para perdoar?
Um espírito não perdoador é movido por ressentimentos e desejos de vingança. Por isso, reage como que administrando veneno em doses homeopáticas ao seu desafeto, tendo como objetivo exterminar a sua vítima, mediante cruel e prolongado sofrimento.
Pedro era uma pessoa bem impulsiva, aberta, direta e até rude. Um dia ele se aproximou de Jesus e fez a seguinte pergunta: Senhor, até quantas vezes meu irmão pecará contra mim, que eu lhe perdoe? Até sete vezes? Respondeu-lhe Jesus: Não te digo que até sete vezes, mas até setenta vezes sete. Mateus 18:21-22.
Parece-nos que na visão de Pedro perdoar sete vezes já era o bastante. Para ele perdoar sete vezes já era o suficiente, porque mais de sete vezes não parecia muito lógico para Pedro.
O Senhor disse: Não te digo que até sete vezes, mas até setenta vezes sete. O que o nosso Senhor quer nos dizer é que, não devemos apenas contar e multiplicar, mas que devemos apenas esquecer. Chegamos a uma conta tão grande que não conseguimos mais quantificá-la. Em outras palavras, perdoar, perdoar e perdoar.
Logo após esta conversa com Pedro, o Senhor usou a seguinte parábola: Um rei tinha servos e um deles devia dez mil talentos. Mateus 18:24. Como ele contraiu essa dívida não se sabe, mas o fato é que ele não tinha como pagá-la. Como tipo, sabemos que a nossa dívida foi contraída na queda de Adão.
O servo implorou por misericórdia e o rei o perdoou. Mas, ao deixar a presença do rei, o servo perdoado encontrou seu companheiro que lhe devia um pouco, uma quantia insignificante na proporção da que lhe foi perdoada - apenas cem denários, isto é, o salário de um dia de trabalho.
E disse ao companheiro: “Pague ou o entregarei à prisão”. Por este não ter condições de pagar, o servo perdoado mandou o seu companheiro para a prisão. O rei ouviu o que tinha acontecido e disse:Servo malvado, perdoei-te aquela dívida toda porque me suplicaste: não devias tu, igualmente, compadecer-te do teu conservo, como também eu me compadeci de ti? Mateus 18:32-33.
Este servo que não perdoou a dívida do seu conservo foi entregue aos torturadores ou acusadores. Nada é mais torturante do que uma consciência cheia de culpa.
A dívida que contraímos em Adão é impagável, não temos condições de saldá-la. Ao irmão, verdadeiramente, ninguém o pode remir, nem pagar por ele a Deus o seu resgate (Pois a redenção da alma deles é caríssima, e cessará a tentativa para sempre). Salmos 49:7-8.
O fato é que, mesmo que vendêssemos a nós mesmos, nossa família e todos os nossos bens, não seríamos capazes de pagar a nossa dívida; Ela excede a todo e qualquer volume de recursos que possamos ter. Por isso, o nosso Senhor Jesus, em Sua grande misericórdia, pede ao Pai que nos perdoe. Esse é o espírito da Cruz.
Fomos perdoados de uma dívida impagável. Não devemos perdoar aqueles que nos ofendem? Esse é o espírito da Cruz. Essa é a marca de um povo separado por Deus; que vive na contramão dos conceitos humanos.
Um espírito não perdoador faz de nós pessoas amargas. Adoecemos e nos tornamos agentes adoecedores. Este talvez seja o motivo de tantas contendas e problemas no meio do povo de Deus. Esta é uma lição que precisamos aprender logo cedo: termos o espírito da Cruz - um espírito perdoador.
Jesus foi crucificado entre dois ladrões. No começo, ambos zombaram e ridicularizaram. Mas, algo aconteceu com um deles. De alguma maneira o Espírito do Senhor abriu-lhe o entendimento; ele olhou para o Senhor e disse: Lembra-te de mim quando vieres no teu reino. Lucas 23:42,
Neste pedido vemos a suprema grandeza de Graça de Deus! Agora, um malfeitor se dirige a Ele pedindo-lhe salvação, e o Senhor Jesus lhe disse: Em verdade te digo que hoje estarás comigo no paraíso. Lucas 23:43.
Como podemos explicar este fato: O malfeitor agonizante, contemplando um homem em sofrimento, sangrando e crucificado por seu Deus e, ao mesmo tempo, tendo a antevisão do Reino? Não é um fenômeno que possa ser entendido e nem explicado, senão pela intervenção divina. Sua fé foi ummilagre da Graça!
Esse ladrão nada merecia. A sociedade já o tinha lançado fora; aos olhos humanos era desprezível, e ele mesmo sabiadisto. Entretanto, Jesus manifestou a Sua Graça àquele ladrão e disse: hoje estarás comigo no paraíso. Aqui está o significado do espírito da Cruz! É o espírito da Graça. Somos um povo salvo unicamente pela Graça.
Graça é algo dado a nós sem nenhum mérito de nossa parte. Nada nos é dado por merecimento ou porque somos dignos. A Graça não é algo que conquistamos; a Graça depende de quem está dando. Ela é uma ação voluntária, unilateral e exclusiva do amor de Deus.
Jesus, naquela Cruz estendeu a sua Graça ao ladrão, que nada podia fazer por si mesmo para escapar daquela situação; não somente pelo fato de estar pendurado naquela Cruz, mas porque a sua alma estava perdida.
A Graça de Deus para conosco é incondicional; não é uma graça retributiva, mas sim, atributiva. Não é uma Graça que busca algo de bom no homem para favorecê-lo. A Graça brota de Deus por causa da Sua natureza.
A Graça de Deus é uma ação para conosco, não uma reação a nós. A Graça é atributiva porque não depende de quem a recebe. Não depende do que somos, mas do que Deus é.
Graça é o amor incondicional de Deus manifestado em Cristo, concedida livremente ao pecador que nada merece. Mas, em Cristo todos recebemos de sua plenitude: Porque todos nós temos recebido da sua plenitude e graça sobre graça. João 1:17.
A definição de Graça de acordo com o original significa “há algo de bonito e agradável” naquela pessoa. A Graça, em toda a sua expressão, não significa apenas que há algo bonito e agradável naquela pessoa, mas que a beleza seja manifestada. Este viver é caracterizado pelo espírito da Cruz.
Somos os vasos que exalam o bom perfume: Graças, porém, a Deus, que, em Cristo, sempre nos conduz em triunfo e, por meio de nós, manifesta em todo lugar a fragrância do seu conhecimento. Porque nós somos para com Deus o bom perfume de Cristo, tanto nos que são salvos como nos que se perdem. 2 Coríntios 2:14-15.
O espírito da Cruz significa que, quando somos alcançados pela Graça, por ela nos tornamos pessoas graciosas. Isto significa que esta Graça, pela qual fomos alcançados, exalará através de nós o seu perfume: Enquanto o rei está assentado à sua mesa, o meu nardo exala o seu perfume. Cantares1:12.
Quando lemos o sermão do monte, vemos ali as características, ou o modo de vida dos filhos do reino dos céus. Eles são o povo da Cruz. Eles são humildes de espírito porque a Cruz de Cristo operou neles. Eles são os que choram, eles possuem um coração contrito diante de Deus.
Eles são mansos, eles estão sedentos, eles são misericordiosos, eles são puros de coração, eles são pacificadores. E, por amor de Cristo, estão sendo perseguidos, contudo se alegram. Essas são as pessoas que possuem o espírito da Cruz.
Eles estão exalando o bom perfume de Cristo. Podemos nos perguntar: Temos as marcas de nosso Senhor Jesus em nosso corpo? Que o Senhor tenha misericórdia de cada um de nós. Amém. Humberto Xavier Rodrigues - www.piblondrina.com.br

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