terça-feira, 21 de janeiro de 2014

POR QUE A MAIORIA DOS EVANGÉLICOS NÃO QUEREM O EVANGELHO? (parte 1/3)

Porque virá tempo em que não suportarão a sã doutrina; mas, tendo comichão nos ouvidos, amontoarão para si doutores conforme as suas próprias concupiscências; E desviarão os ouvidos da verdade, voltando às fábulas”. 2 Timóteo 4:3-4.

surdez
O ser humano é incapaz de, com certeza, saber o que comerá no jantar, ou se comerá. No entanto, estuda, se esforça e investe tempo e recursos para prever o futuro com o intuito de controlá-lo. Faz estimativas e projeções dos mercados; se esmera fazendo checklists intermináveis, se angustia com a incerteza dos resultados, passa noites em claro sem perceber o tamanho da prepotência em que está mergulhado; como se fosse possível para um simples ser humano ter todo este controle. A menos que se perceba como uma espécie de Atlas, personagem mitológico entre os gregos, condenado por Zeus a sustentar o mundo nas costas.
Precisamos, no mínimo, ter a consciência do que está por trás deste obstinado comportamento. O que significa agir assim? Significa, a princípio, no mínimo, desprezo ou rebeldia às palavras de Jesus que disse: “Não andeis, pois, inquietos, dizendo: Que comeremos, ou que beberemos, ou com que nos vestiremos? Porque todas estas coisas os gentios procuram. Decerto vosso Pai celestial bem sabe que necessitais de todas estas coisas; Mas, buscai primeiro o reino de Deus, e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas. Não vos inquieteis, pois, pelo dia de amanhã, porque o dia de amanhã cuidará de si mesmo. Basta a cada dia o seu mal”. Mateus 6:31 ao 34.
Por que Jesus nos diz tais palavras? Será que Sua proposta é uma vida relapsa e irresponsável? Creio que não, pois nos ensina a andar com sabedoria e cuidado diante do único dia que temos como um presente de Deus, ou seja, o hoje. Antes, o que Jesus está nos ensinando é viver a condição humana em sua plenitude e verdade, algo que Ele descreve muito bem quando diz:
Na verdade, na verdade vos digo que o Filho por si mesmo não pode fazer coisa alguma”.
(Jo 5:19)
No texto acima, Jesus expõe sua impotência para que a consciência desta mesma impotência seja gerada em nós. Além do mais, para que serve a inquietude da nossa alma, se não para nosso próprio mal? Como diz a bíblia: “Quem de vocês, por mais que se preocupe, pode acrescentar uma hora que seja à sua vida”? Lucas 12:25. Sabemos muito bem disto. É consenso que nossas preocupações só nos atrapalham. Porém, é consenso também que o ser humano tem uma tendência à preocupação e ansiedade. Qual o porquê disto? Antes de pensarmos na razão, precisamos entender o que significa este modo inquieto de levar a vida.
O significado da inquietude de nossas almas tem como base o desconfiar do caráter de Deus e o compactuar com a opinião de satanás que nos incita a fazer parte da rebelião daqueles que se acham os verdadeiros dignos do trono, do comando e da glória. Precisamos entender que quando satanás pergunta a Eva: “É assim que Deus disse”? (Gn3:1), quer na verdade semear um pensamento que coloque Deus em suspeita, para em seguida pôr no coração humano a proposta de uma rebelião, em que o controle estaria em nossas mãos.
Quando em virtude da resposta da mulher, satanás se manifesta dizendo: “Certamente não morrerão”. (Gn3:4), ele faz isto em contraposição à palavra de Deus que havia dito, “Certamente morrerás”. (Gn2:17). Com isto satanás sugeriu que Deus é mau e mentiroso e promove a desconfiança no caráter de Deus. Age desta forma para ter um alicerce onde possa edificar o inferno, dimensão onde o homem pensa que é Deus, “como Deus sereis” (Gn3:5), mas que na verdade, quem governa é o diabo.
Este foi o âmago da queda, a incredulidade na palavra de Deus aliada à tese de que o ser humano poderia ser como Deus. Porém, a manutenção desta situação se dá por meio de outras ferramentas, a saber, a fobia e as trevas. O príncipe deste século consegue êxito em manter pessoas aprisionadas, do mesmo modo como os donos de engenhos no passado, costumavam fazer com seus escravos, usando a ferramenta do medo para isto (Hb 2:14-15).
Na graça bruta que nos chama à verdade,
Alexandre de Oliveira Chaves.

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