quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

GOTAS DE GENEROSIDADE II.


O Mar Morto é um lago riquíssimo, mas miserabilíssimo quanto à vida. Seus lençóis
possuem um dos maiores tesouros da face da terra. Os minerais, ocultos em seus águas,
superam todas as jazidas destes minérios pelo Continente Asiático. Esse mar é colossal,
embora esteja morto; é um patrimônio sem vida. Que lagoa valiosa, alagada pela morte!
Sua característica é receber e nada dá. Todas as águas do Jordão e seus afluentes que
nele entram, ali permanecem. Diferente do Mar da Galiléia, que ao receber o fluxo d'água
do velho Jordão despencado do Hermom, deixa suas águas escoarem viçosas dando vida
aos vales. Este mar é piscoso e promove irrigação. É um caudal de vida abundante.
Os dois lagos, da geografia de Israel, tipificam dois tipos de gente na terra: aquele tipo
que só recebe e não dá nada, que pode até se tornar rico, mas é pobre; e aquele que ao
receber algo, sente alegria em compartilhar. É a turma radiante da generosidade.
O apóstolo da graça se referiu a essa gente como sendo afortunada, recordando as
palavras do próprio Senhor Jesus, que dissera: Mais bem-aventurado é dar que receber.
Atos 20:35b. Parece que ter, sem liberalidade, é como ser árvore frutífera, mas estéril.
Acredito na verdade das Escrituras que, de fato, o mundo pertence ao Senhor. Ele é o
dono de tudo. Nós não somos proprietários de coisa alguma neste planeta. Chegamos
aqui pelados e sairemos com uma roupa que vai ser comida por vermes. Quem sabe se
podemos ser meros mordomos? Tudo vai depender de como entendemos o nosso papel.
Para isso, precisamos aprender a primeira lição: ofereça, ao Senhor, o mais inexpressiva
que você tem; ofereça-se a si mesmo, antes de tudo. Os crentes da Macedônia tiveram tal
discernimento: E não somente fizeram como nós esperávamos, mas também deram-se a
si mesmos primeiro ao Senhor, depois a nós, pela vontade de Deus; 2 Coríntios 8:5.
Agora, um mendigo da graça me indaga sobre o dízimo. O questionamento tinha crítica
ao sistema da religião e muitas dúvidas. Respondi: Deus não precisa de nada. O dízimo
não é uma gorjeta que damos a Deus por seus serviços prestados a nós. Não é também
um assunto da lei. Apareceu com Abraão 5 séculos antes dos mandamentos de Moisés.
É um tema ligado à gratidão e jamais ao dever. Antes de tudo, fala de libertação da
mesquinharia que sufoca a alma insegura que vê na posse apenas um deusinho sujeito à
evaporação. Não. O dízimo não é saldo de dívida, nem teto de imposto; é tão-somente o
piso por onde a alma liberta caminha em direção a generosidade em sua plenitude.
Não se considera uma dádiva aquilo que é dado com pesar, sem alegria. A liberalidade é
um presente da graça aos filhos de Abba, a fim de abençoarem aos Seus amados. Com
essas Migalhas vou compartilhar da bênção da generosidade como um mar da Vida, para
não nos tornarmos apenas num mar morto. No Amor, com amor. Do velho mendigo, 
Glênio Paranaguá.

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